Parlamentares que atuam na base governistas na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o 8 de janeiro questionaram novamente, nesta terça-feira (6), a presença do deputado federal André Fernandes (PL-CE) como integrante titular do colegiado. Ele é autor do pedido que criou a CPMI, mas investigado por suposta incitação aos atos criminosos.
O deputado Rogério Correia (PT-MG) apresentou uma questão de ordem pedindo a substituição de Fernandes na CPMI por outro parlamentar por conta da condição.
Escolhido para rebater, o deputado Filipe Barros (PL-PR) declarou que outras CPIs tiveram pessoas investigados, indicado a referência a políticos que hoje ocupam a base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por isso, argumentou que a presença de Fernandes na CPMI era uma questão "vencida".
O pedido, no entanto, foi negado pelo presidente do colegiado, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), que defendeu a atuação integral de parlamentares, mesmo que investigados.
"Não existem deputados pela metade. Ou o deputado é deputado e pode participar de qualquer comissão nesta casa, ou não é e não pode fazê-lo. Quero dizer também que a indicação de membros da CPI não compete ao presidente do colegiado e, sim, aos líderes partidários", respondeu o presidente da CPMI.
Correia informou que levará a questão ao presidente do Congresso Nacional e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), responsável pela indicação dos integrantes.
A decisão gerou reação e o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), informou que levará a questão à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados contra a permanência de Fernandes na CPMI.
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