O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que lida diretamente com o presidente Jair Bolsonaro, está confiante na aprovação de André Mendonça ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-ministro é sabatinado nesta quarta-feira (01), após mais de quatro meses de espera.

A contagem dele é que, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que recebe a primeira fase de votação, o ex-ministro da Justiça tenha pelo menos 20 votos favoráveis, dos 27 senadores integrantes da comissão. Nessa etapa, seriam necessários 14 votos favoráveis, o que dá uma margem segura segundo os cálculos governistas.

“Eu acho que ele vai ter entre 20 e 21 votos, eu acho que ele tem aqui na CCJ”, disse ao chegar para a sessão que será focada, durante todo o dia, no interrogatório de Mendonça.

Bezerra não quis apostar, no entanto, no placar do plenário, que receberá a segunda etapa de votação ainda nesta quarta-feira. Aqui, será necessário o apoio de pelo menos 41 dos 81 senadores. O líder informou que fará reuniões com senadores ao longo do dia em busca de negociações.

Já a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), relatora da indicação de André Mendonça na CCJ, arriscou um mínimo de 49 votos na etapa final de votação. Ela acredita que o espaço de meses que dividiu a indicação de Mendonça e a data da sabatina foi fundamental para acalmar o ânimo gerado com a defesa de Bolsonaro em colocar no STF um ministro “terrivelmente evangélico”, como prometeu à bancada evangélica.

“Eu acho que o ‘terrivelmente evangélico’ foi superado na medida em que ele apresentou tecnicamente as suas condições do ponto de vista do saber jurídico. Eu acho que esse momento é de aprofundar temas que ele se manifestou em algum momento de sua vida e que agora a gente precisa aprofundar. Tratar de questões como por exemplo liberdade de imprensa, tratar da importância do estado laico, a questão ambiental. Tratar dessas questões que são muito fundamentais e caras para o Brasil”, destacou.

A sabatina de Mendonça acontece mais de quatro meses após a indicação formal de Bolsonaro, que prometeu à bancada evangélica um ministro “terrivelmente evangélico”. Caso tenha o nome aprovado, o ex-ministro da Justiça vai ocupar a cadeira deixada livre pelo ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello, aposentado em julho deste ano.

O TEMPO agora está em Brasília. Acesse a capa especial da capital federal para acompanhar o noticiário dos Três Poderes.