Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL) pediu na manhã desta sexta-feira (17) a renúncia do presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, que foi indicado por Jair Bolsonaro em 6 de abril. Em maio, o presidente indicou Caio Paes de Andrade, que ainda não assumiu.
A manifestação de Lira, feita por meio de rede social, aconteceu logo após a estatal anunciar novo aumento nos preços do diesel e da gasolina.
O preço médio de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro (5,1%). Uma alta de R$ 0,20 por litro.
Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro (14,2%). Uma alta de R$ 0,70 por litro.
O consumidor deverá pagar mais R$ 0,15 por litro de gasolina, em média. Já o diesel ficará em torno de R$ 0,60 mais caro nas bombas dos postos de combustíveis.
“O presidente da Petrobras tem que renunciar imediatamente. Não por vontade pessoal minha, mas porque não representa o acionista majoritário da empresa - o Brasil - e, pior, trabalha sistematicamente contra o povo brasileiro na pior crise do país”, escreveu o parlamentar no Twitter.
Ainda na manhã, mas antes do anúncio da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a "Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos", em meio à expectativa de que a estatal anuncie novos reajuste no preço do combustível.
"Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo", disse o presidente no Twitter.
Bolsonaro destacou que o governo federal, enquanto acionista majoritário, é contra qualquer reajuste nos combustíveis. "Não só pelo exagerado lucro da Petrobrás em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais", defendeu.
O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), seguiu Bolsonaro e também atacou a Petrobras, ainda em meio a relatos de que a estatal deveria aumentar os combustíveis, pesadelo do governo em ano eleitoral.
"Basta! Chegou a hora. A Petrobras não é de seus diretores. É do Brasil", escreveu Nogueira no Twitter, sem explicar sobre o que haveria chegado a hora.
Em linha com o discurso do presidente Jair Bolsonaro, Nogueira afirmou que a Petrobras não pode "continuar com tanta insensibilidade" e "ignorar sua função social".
"O governo, Congresso e todos com responsabilidade temos que acabar de vez com esse abuso dos lucros bilionários na hora em que a empresa não pode virar as costas para o Brasil e os brasileiros", acrescentou.
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