Senadores de oposição ao governo federal cobraram, nesta quinta-feira (8), uma reação do presidente do Congresso Nacional, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), à operação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) que mirou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-auxiliares, como os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto.
“O que a gente quer é a defesa do Parlamento. A defesa do Congresso. Seja antes, seja agora. O Congresso não pode estar a serviço de outros Poderes. O presidente Pacheco deve saber se impor nesse momento para preservar as prerrogativas parlamentares”, disse o líder do PL, o senador Carlos Portinho (RJ).
Em nota, Pacheco chamou de “graves fatos” o plano de golpe para manter o Bolsonaro (PL) no poder, conforme indicado pela investigação da PF. O senador mineiro defendeu ainda o aprofundamento das investigações e afirmou que a ação foi "encabeçada por uma minoria irresponsável".
"Ação insensata encabeçada por uma minoria irresponsável, que previa impor um Estado de exceção e prisão de autoridades democraticamente constituídas. Agora, cabe à Justiça o aprofundamento das investigações para a completa elucidação desses graves fatos", informou Pacheco em comunicado à imprensa.
Em coletiva de imprensa, o líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), reforçou que Pacheco precisa “defender as prerrogativas” do Poder Legislativo.
“Acho que é importante o presidente Pacheco entenda que o papel dele é ser presidente do Congresso Nacional. E como presidente do Congresso, defender as prerrogativas dos parlamentares, a Constituição, a ordem, o devido processo legal, a harmonia e separação entre os Poderes”.
Investigações da PF indicam que o plano de golpe de Estado incluía a prisão de autoridades como os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado. As articulações aconteceram em 2022, em meio à derrota eleitoral de Bolsonaro para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A informação consta em detalhamento feito pelo procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, enviada a Moraes e que embasou operação contra o ex-presidente e seu entorno nesta quinta-feira. Um documento nesse sentido, conhecido como “minuta do golpe” teria sido entregue a Bolsonaro por seu então assessor Filipe Martins, que "atuou na ala radical do governo", segundo Gonet.