As lideranças sindicais da Segurança Pública reiteraram as cobranças ao governador Romeu Zema (Novo) para sentar à mesa de negociações. A categoria reivindica o pagamento das duas parcelas de 12% remanescentes do acordo de recomposição inflacionária firmado em 2019. Na última sexta-feira (4), durante agenda oficial na Santa Casa de Belo Horizonte, Zema projetou um desfecho para a crise entre o Palácio Tiradentes e a Segurança Pública nesta semana. 

A diretora de Comunicação Social da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), Aline Risi, afirma que a mobilização pode até arrefecer, mas somente caso o pagamento da recomposição esteja no papel. "Se ele chegar para negociar e atender as nossas reivindicações, concedendo a nossa recomposição, além de retirar o projeto de adesão do Estado ao RRF - não apenas retirar a urgência -, começa a modificar todo o movimento. Arrefecer mesmo", diz Aline. 

No entanto, acrescenta ela, além de negociar, Zema teria que fazer. "Porque ela já assumiu um compromisso anterior e não cumpriu. O governador não tem palavra. Então, a gente só aceita quando tudo já estiver no papel, sancionado certinho", pondera a diretora da Cobrapol. 

O vice-presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares (Aspra/PMBM), Marco Antônio Bahia, classificou a declaração de Zema como uma bravata. "Ele deixou o fio de esperança para que a nossa categoria fosse contemplada nessa negociação, mas o governador e o secretariado, com todo o respeito, sempre faz esse tipo de divulgação somente para agradar a população mineira. Zero chance de acontecer. É só mesmo uma bravata que ele está falando", reforça Bahia. 

O presidente do Sindicato dos Agentes Penais de Minas Gerais (Sindep/MG), Jean Carlos Otoni Rocha, também aponta que Zema não tem palavra. "Se tivesse, tinha cumprido o que prometeu. Cada hora, ele vem e marca uma reunião que não tem nenhuma abertura. Ele manda pra semana subsequente, mas nada se resolve. Isso é apenas para enganar e ludibriar os policiais penais e as forças de segurança pública do Estado de Minas Gerais", questiona Otoni. 

Na última quinta-feira (3), a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, recebeu as lideranças sindicais na Cidade Administrativa, mas não houve qualquer avanço nas trataivas. O governo de Minas argumenta que a recomposição de 10,06% proposta ao funcionalismo o público está dentro do limite prudencial de gastos com pessoal conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal.