A nova presidente estadual do PT, deputada estadual Leninha, garantiu, em entrevista ao Café com Política, que a sigla pretende disputar espaço na chapa majoritária para o governo de Minas, embora aponte “sinais mais visíveis” de que o senador Rodrigo Pacheco (PSD) tope disputar a eleição após pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

“A gente percebeu que há sinais mais visíveis de que ele tope vir disputar o governo de Minas. Mas nós precisamos confirmar essa posição dele. É importante que a gente vá até ele de uma forma muito organizada, com a força necessária para poder se posicionar, seja numa composição com ele ou não, seja na discussão da vaga do Senado", pontuou. 

Leninha afirma que, independentemente da postura do partido nas próximas eleições estaduais, a prioridade da sigla “é a reeleição de Lula e a ampliação de nossas bancadas federal e estadual”. Além disso, segundo ela, a perspectiva é que o PT não seja apenas coadjuvante. “Não é que o PT vá liderar, mas o PT precisa entrar nessa discussão da chapa majoritária, seja para o governo, vice-governo, seja para o Senado, de uma forma mais orgânica”. 

Caso a candidatura de Pacheco não se concretize, Leninha avalia que o PT tem nomes fortes para liderar um projeto majoritário. “Se não for com o Pacheco, vamos iniciar o processo de discussão sobre o nome que a gente vai trabalhar.” Ela cita Marília Campos, Margarida Salomão, Reginaldo Lopes e Patrus Ananias como lideranças do partido no estado.

Federação

A deputada também falou sobre a possibilidade de ampliação da federação entre PT, PCdoB e PV. Segundo ela, há conversas em andamento com partidos da base de Lula como o PSB e o PDT. “Como é uma decisão nacional, eu creio que, no final deste ano, já vai ter uma sinalização. Pelo que se entende, mantém-se a federação com PCdoB, PV e PT. Mas há uma discussão de ampliação dessa federação a nível nacional”, afirmou.  

Ainda segundo a deputada, “pode ser que essa configuração da federação altere no ano que vem, mas ampliando, mais do que reduzindo". "Você tem a federação do PSOL e Rede, que também se alinham mais com essa base do governo. Então, a gente pode estar falando de uma ampliação dessas federações para o ano que vem”, afirmou. 

Governabilidade

Questionada sobre alianças e a necessidade de negociações no Congresso, a deputada reconheceu que o ideal seria não depender do Centrão, mas ponderou que a realidade da governabilidade exige equilíbrio. “O Centrão sempre esteve presente na política. A gente deveria banir o Centrão. Mas, em nome da governabilidade, [...] você recua, você avança”, analisou.

Nova presidente do PT em MG diz que é hora de 'baixar a poeira' e buscar composição: 'Sem boicote'

A deputada estadual Leninha (PT) defendeu ainda na entrevista a necessidade de unir o PT após a disputa pelo diretório estadual. Para a parlamentar é hora de “baixar a poeira” e construir uma composição. “O mais importante, na minha avaliação como presidenta do PT, é que as pessoas que venham, venham somar. Não podemos ter postura de boicote”, afirmou a nova presidente do PT em Minas Gerais. 

Segundo a deputada, a ausência de representantes do PT mineiro no primeiro escalão do governo Lula foi consequência da falta de unidade da sigla no estado. “A Macaé hoje está lá, mas é um mérito dela, não do partido. [...] Minas Gerais ficou de fora — coisa que nunca aconteceu em governos anteriores.”