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Gabriel Azevedo ‘coloca pé na prefeitura’ após vitória na Câmara de BH

Uma eventual cassação do prefeito Fuad Noman (PSD) levaria Gabriel ao cargo de prefeito da capital

Por Franco Malheiro
Publicado em 12 de dezembro de 2022 | 20:22
 
 
 
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Eleito nesta segunda-feira (12) presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte para os próximos dois anos, o vereador Gabriel Azevedo (sem partido) poderá ter em mãos um “atalho” para chegar à cadeira de prefeito antes de 2024: o pedido de impeachment contra Fuad Noman (PSD) protocolado na Casa em meio à disputa pelo comando do Legislativo.

Uma eventual cassação de Fuad levaria Gabriel ao cargo de prefeito. Fuad assumiu o posto após Alexandre Kalil (PSD) se desincompatibilizar para disputar a eleição para governador deste ano. Assim, ele não tem um vice-prefeito, e o presidente da Câmara seria o primeiro na linha sucessória. No “efeito cascata”, o vereador Juliano Lopes (Agir), eleito vice-presidente, chegaria à presidência do Legislativo. 

Gabriel protagonizou uma virada na disputa, que tinha até um dia antes três candidatos: Bruno Miranda (PDT), nome da prefeitura; Juliano Lopes (Agir), pelo grupo chamado “Família Aro” (liderado pelo deputado federal Marcelo Aro); e Gabriel, que mantinha uma candidatura independente. Apesar de ter sinalizado aproximação com Fuad, Gabriel começou o dia reunido com a Família Aro e desbancou Juliano, que seria o candidato do grupo.

Após a vitória, Gabriel Azevedo minimizou o peso do pedido de impeachment como uma espécie de passaporte antecipado para a PBH. No entanto, nos bastidores, a interpretação é a que o vereador “colocou um primeiro pé na prefeitura”, que ele planeja disputar em 2024. 

“Este pedido de impeachment é uma baboseira. Foi recebido de forma protocolar pela presidente Nely Aquino (Podemos) e não terá seguimento aqui, na Casa. O prefeito pode ficar tranquilo no cargo dele, que, se um dia eu quiser ocupar a prefeitura, eu subo os degraus com o voto popular”, garantiu Gabriel, que, logo após a votação, foi até a prefeitura se encontrar Fuad.

Impeachment de Fuad

O pedido chegou à Casa na semana passada, protocolado pelo advogado Mariel Marra, acusando Fuad de nepotismo cruzado ao nomear parentes de vereadores em uma suposta compra de votos para a eleição da Mesa Diretora. A atual presidente afirmou que apenas seguiu o trâmite protocolar de pedidos de impeachment. 

“Não abri nenhum processo de impeachment. O que aconteceu é que chegou o pedido, e eu preciso receber e encaminhar à Procuradoria para análise de admissibilidade. Caso a Procuradoria dê um parecer pela admissibilidade, a presidência coloca em votação no plenário”, explicou. 

Vereadores governistas, após a derrota de Claudiney Dulim (Avante), demonstraram receio de que Gabriel possa perseguir os vereadores do grupo derrotado e Fuad. “Teremos mais dois anos dessa gestão, nesses dois anos veremos movimentos de CPI mesmo sem consistência técnica, a palavra ‘impeachment’ vai rondar a Casa, e depois vocês pesquisam os 20 vereadores que votaram contra o grupo vencedor. Em quais comissões seremos colocados e quais projetos nossos terão andamento”, disse Wanderley Porto (Patriota), vice-líder do governo. 

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