O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), vereador Gabriel Azevedo (sem partido), provocou o prefeito, Fuad Noman (PSD), e sugeriu que ele está trabalhando pelas empresas de ônibus, frente a um possível aumento da passagem na capital para R$ 6,90.
“Até tentou colocar alguém na minha cadeira para ser chefe. Mas quem está é um presidente da Câmara que não deve nada ao senhor prefeito e não vai permitir que R$ 0,5 bilhão seja queimado nas mãos dos empresários de ônibus. Chega um contrato para dar R$ 0,5 bilhão aos empresários de ônibus, e agora diz que a tarifa tem que aumentar. Prefeito, o senhor é sócio de empresários de ônibus?”, disparou.
“O que o Ministério Público de Contas falou e foi protocolou na Câmara é que, se o prefeito não anular em até 30 dias, o presidente da Câmara pode. E o presidente sou eu. Se falta coragem na prefeitura, sobra na Câmara”, disparou. A declaração ocorreu em entrevista à radio Super 91,7 FM na noite desta sexta-feira (31).
“Aprovamos tudo que podíamos fazer na Câmara, mas a caneta está na mão do Fuad. Se tivesse coragem, estaria anulando o contrato, que é fraudulento, fruto de cartel, que deixa o cidadão na mão”, continuou o vereador. Azevedo afirmou que não pretende fazer mais reuniões para negociar com o prefeito. Ele alega que não há mais o que tratar, e que Fuad não atacou os pontos necessários no último ano de encontros com a Câmara.
Azevedo declarou que não vê surpresa na tentativa de aumentar a passagem, e que é “uma novela anunciada”. “Tem um grande responsável por deixar a população de Belo Horizonte na mão: o senhor Fuad Noman. O prefeito de Belo Horizonte pode anular o momento que ele quiser o atual contrato do ônibus. Se eu fosse prefeito de Belo Horizonte, agora, este contrato estaria anulado”, conclui.
A reportagem de O TEMPO procurou a prefeitura de Belo Horizonte, mas não houve resposta.