BRASÍLIA - A equipe médica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) informou, nesta quinta-feira (12), que ele está “cognitivamente bem” e “apto a exercer qualquer tipo de trabalho”. A recomendação, no entanto, é que Lula não trabalhe enquanto não receber alta médica.

O presidente passou, na noite de segunda-feira (9), por uma cirurgia para drenar um hematoma intracraniano. A lesão foi causada por uma hemorragia em consequência de uma queda sofrida há mais de 50 dias. Já na manhã desta quinta-feira, Lula foi submetido a um procedimento complementar para evitar novos sangramentos

“Ele está normal, o exame neurológico dele é normal. Ele está muito bem e apto a praticar qualquer ato da vida civil, ato de manutenção da vida. Ele está cognitivamente íntegro. A única coisa, é que a recomendação médica é que ele não se esforce nem física, nem mentalmente. Então a orientação é que ele não trabalhe enquanto está no hospital e não se estresse”, disse o neurologista Rogério Tuma. 

Ele explicou a situação de Lula em uma coletiva de imprensa. Também estavam presentes o médico particular do presidente, o cardiologista Roberto Kalil Filho, e a médica da Presidência da República, Ana Helena Germoglio. Ainda, os neurocirurgiões Marcos Stávale e José Guilherme Caldas. 

Lula está internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A previsão é que ele receba alta médica no início da próxima semana, até terça-feira (17). Depois, poderá viajar para Brasília.  

A orientação da equipe médica é que Lula fique no Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência da República em Brasília, e evite situações de estresse. Ainda assim, poderá retomar as atividades de trabalho com cautela. 

“Ele, obviamente do Palácio, pode retornar a uma agenda de despacho. A gente não vê problema nenhum em relação a isso. Claro, após o que aconteceu, vai se requerer um repouso relativo por algumas semanas, talvez”, informou Kalil. 

O cardiologista acrescentou que “sempre a orientação é de um repouso relativo, evitar qualquer tipo de estresse – o que é impossível na posição dele, inclusive”. “Mas eu acredito que nos próximos dias, mesmo no hospital, ele vai conversar com as pessoas, com assessores, isso é natural”, completou. 

A intervenção desta quinta-feira foi uma embolização de artéria meníngea média, adotada para interromper o fluxo de sangue em uma região do cérebro e impedir novos sangramentos. O procedimento já era previsto e faz parte do protocolo de atendimento em casos semelhantes ao do presidente.       

Entenda 

O petista passou por uma cirurgia de emergência na noite de segunda-feira (9) para drenar um hematoma intracraniano, consequência de uma hemorragia causada pelo acidente domiciliar que sofreu em 19 de outubro. Na ocasião, ele caiu no banheiro do Palácio da Alvorada e teve um corte na nuca.  

Lula estava indisposto na segunda-feira e procurou o Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, por conta de uma dor de cabeça. O presidente realizou uma ressonância magnética que mostrou uma hemorragia intracraniana. Em seguida, foi transferido para São Paulo, onde fez o procedimento. Janja o acompanhou durante todo o tempo.  

O boletim médico divulgado após a cirurgia informou que o presidente passou por uma craniotomia, um procedimento em que uma parte do osso do crânio é removida temporariamente para que os médicos tenham acesso ao cérebro do paciente.  

Horas depois, a equipe médica do presidente informou que o procedimento, na verdade, foi uma trepanação, que remove uma parte óssea menor do que na craniotomia. O presidente passou pela cirurgia para drenar um hematoma causado pela hemorragia cerebral.  

A cirurgia na terça-feira durou cerca de duas horas e o presidente saiu consciente e estável. Os médicos informaram que Lula não terá sequelas. Ele segue monitorado em um leito de UTI do hospital e deve retornar para Brasília na próxima semana.