BRASÍLIA O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) alterou sua decisão inicial e decidiu designar dois observadores para acompanhar a eleição presidencial na Venezuela, marcada para o dia 28 de julho.

Em junho, a Corte havia emitido uma nota informando que não enviaria representantes para o pleito. Na época, não foram dadas explicações sobre a recusa.

No entanto, no início deste mês, o tribunal comunicou ao Ministério das Relações Exteriores a mudança de planos. Os servidores Sandra Damiani e José de Melo Cruz, ambos especialistas em sistemas eleitorais, foram escolhidos para compor a missão.

No começo de junho, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conversou por telefone com Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, sobre as eleições venezuelanas, que coincidem com o aniversário do ex-presidente Hugo Chávez (1954-2013), que governou o país por 14 anos.

Maduro lidera um regime autocrático, conhecido por violar liberdades fundamentais e manter presos políticos.

Em nota divulgada pelo Palácio do Planalto, o presidente Lula "reiterou o apoio brasileiro aos acordos de Barbados e ressaltou a importância de contar com ampla presença de observadores internacionais".

O Acordo de Barbados, mediado entre o governo venezuelano e a oposição, busca promover eleições livres e justas no país, com medidas destinadas a garantir a transparência e a legitimidade do processo eleitoral.

A corrida eleitoral na Venezuela, marcada para daqui a 10 dias, ocorre sob preocupação da comunidade internacional de que o regime de Nicolás Maduro não assegure votações livres e democráticas, o que contraria um compromisso formal assinado em outubro de 2023.

Seu principal concorrente, escolhido por uma coalizão de partidos opositores, é o ex-diplomata Edmundo González.

Na quarta-feira (17), Nicolás Maduro afirmou em um comício que o país pode enfrentar um "banho de sangue" e uma "guerra civil" caso ele não seja reconduzido ao cargo nas eleições.