BRASÍLIA - A Voepass Linhas Aéreas foi acionada pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), nesta segunda-feira (12), para que preste esclarecimentos sobre o atendimento oferecido aos familiares das vítimas da queda do avião em Vinhedo (SP). A Senacon, órgão ligado ao Ministério da Justiça, alertou que a empresa precisa garantir uma “resposta rápida e eficaz”.


A secretaria informou que a companhia, antiga Passaredo, “tem 48 horas para fornecer detalhes sobre os canais de atendimento que estão disponíveis aos familiares das vítimas, além de esclarecer as assistências oferecidas”. O órgão explicou que precisou notificar a companhia porque recebeu relatos de “insuficiência nos meios de comunicação oferecidos pela companhia após o acidente”. 


O documento com a notificação solicita ainda as seguintes informações:

  • Canais de atendimento ao público em geral;
  • Procedimentos de cancelamento e reembolso;
  • Detalhes técnicos sobre as aeronaves da companhia: modelos, ano de fabricação e periodicidade das revisões.


A Senacon destacou ainda que, mesmo antes de receber a resposta da companhia, já determinou que a Voepass aumente os canais de atendimento com “serviço humanizado e eficiente”. Outras medidas podem ser requisitadas pela secretaria se a empresa não cumprir com as exigências. 


O voo 2283 saiu de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP). O avião, modelo ATR-72, caiu, na última sexta-feira (9), em Vinhedo, cidade próxima a Campinas. Vídeos registraram o momento da queda e mostram a aeronave girar sem controle no céu. As causas do acidente ainda serão definidas. Os corpos das 62 vítimas do acidente foram retirados do local, mas a identificação de cada um é gradual. As primeiras vítimas identificadas começaram a ser liberadas para o sepultamento.


“Voepass precisa oferecer um atendimento eficiente”, diz secretário 


"Nosso compromisso é garantir que os direitos dos consumidores, especialmente em momentos de crise como este, sejam respeitados integralmente. A Voepass precisa oferecer um atendimento digno e eficiente aos familiares das vítimas, e não vamos tolerar qualquer descaso ou falta de transparência neste processo," afirmou o secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous.


“Fornecedores de serviços devem garantir transparência e clareza nas informações prestadas aos consumidores, especialmente em situações de crise. A falha em atender adequadamente os familiares das vítimas configura uma violação direta desse direito”, ressaltou o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), Vitor Hugo do Amaral.  


A Secretaria esclareceu ainda que  “continuará acompanhando de perto o caso para garantir que os direitos dos consumidores sejam respeitados e que os familiares das vítimas recebam o suporte necessário durante este momento difícil”.