BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quarta-feira (11) que pretende colocar em funcionamento, até o final deste ano, um centro de cooperação policial internacional, que terá sede em Manaus (AM).

“Nós temos que estabelecer parceria com governo de outros países para que a gente possa trabalhar na fronteira com mais intensidade”, disse em entrevista à Rádio Norte FM.

O centro será coordenado pela Polícia Federal (PF) e, de acordo com o presidente, o governo irá buscar apoio da Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal, que deve ter um chefe brasileiro em breve.

O delegado da PF Valdecy Urquiza foi eleito para comandar o órgão até 2029, mas ainda terá que passar pelo referendo de outros países. 

Lula disse, ainda, que estuda a possibilidade de as Forças Armadas ampliarem a mobilidade em países de fronteira. Hoje, militares brasileiros têm poder de polícia em uma faixa de 150 km da fronteira. O presidente quer aumentar essa extensão para 250 km a partir da linha que divide o Brasil de outros países. 

Um desses países é a Venezuela, que vê seus habitantes se deslocarem para o Brasil pela fronteira, especialmente por Roraima, por conta da crise. Desde 2017, mais de 1,2 milhão de venezuelanos chegaram ao Brasil. 

A entrada de venezuelanos foi registrada, ainda, diante da escalada da tensão no país por conta das eleições, que colocaram o atual presidente Nicolás Maduro em disputa direta com o nome da oposição, Edmundo González.

Lula disse que não fechará a fronteira para a população da Venezuela. “Essas pessoas que estão vindo para cá, elas precisam ser bem tratadas. E o governo federal tem a obrigação de ajudar o Estado de Roraima a cuidar da educação dessa gente, a cuidar da manutenção dessa gente", disse.

O presidente frisou não querer “que essas pessoas venham para cá e passem mais necessidade ainda do que passavam na Venezuela", e acrescentou esperar que o país retome a normalidade. O presidente ainda informou que deve visitar Roraima e se reunir com o governador Antonio Denarium (PP) para tratar sobre a situação.