BRASÍLIA - O Hospital DF Star confirmou, por volta de 10h30 deste domingo (13), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passa por uma cirurgia. O procedimento é uma laparotomia exploradora, feita para liberação de aderências intestinais e reconstrução da parede abdominal.

"Após reavaliação clínico-cirúrgica, foi submetido a novos exames laboratoriais e de imagem que evidenciaram persistência do quadro de subobstrução intestinal, apesar das medidas iniciais adotadas", informou boletim médico divulgado.

"As equipes que o assistem optaram de comum acordo pelo tratamento cirúrgico. Ele está sendo submetido neste momento ao procedimento cirúrgico de laparotomia exploradora, para liberação de aderências intestinais e reconstrução da parede abdominal", completou.

O boletim foi assinado pelos médicos Cláudio Birolini (chefe da equipe cirúrgica), Leandro Echenique (cardiologista), Ricardo Camarinha (cardiologista), Guilherme Meyer (diretor médico do Hospital DF Star) e Allisson Barcelos Borges (diretor-geral do Hospital DF Star).

O ex-presidente passou mal após sentir fortes dores na sexta-feira (11) na cidade de Santa Cruz, no Rio Grande do Norte. No mesmo dia, ele foi transportado de helicóptero para a capital Natal, distante cerca de 122 km. Na noite de sábado (12), Bolsonaro foi transferido para o DF Star, hospital privado em Brasília.

O médico Leandro Echenique adiantou, no sábado, como seria o procedimento cirúrgico. “É uma cirurgia aberta, que vai corrigir essa parte da obstrução das alças [intestinais]. Vai tirar a tela que ele tem, recolocar, então vai ser feita [a desobstrução]. É uma cirurgia bem extensa. Veja bem, é um abdome que já foi muito manipulado, desde 2018, quando ocorreu a facada”, disse. 

Ainda na sexta-feira, o médico Luiz Roberto Fonseca, diretor do Hospital Rio Grande, onde Bolsonaro ficou em Natal, afirmou que o ex-presidente apresentou um quadro de distensão abdominal, em uma condição de semioclusão intestinal. Na prática, o diagnóstico é de obstrução parcial do intestino, dificultando a eliminação de gases e fezes e provocando inchaço e dores.  

O médico particular de Bolsonaro, o médico Antonio Luiz Macêdo, chegou a declarar que os sintomas são compatíveis com uma paralisia intestinal, quando o intestino deixa de funcionar de forma temporária e prejudica, inclusive a digestão. 

O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do ex-presidente, também declarou que o quadro foi “avaliado com reflexos de aderências (consequências permanentes da facada que sofreu)”.  

As aderências são motivadas pelo processo de cicatrização das cirurgias que o ex-presidente fez depois da facada. No caso de Bolsonaro, podem ser entendidas como uma fixação de parte do intestino em outro órgão, prejudicando a mobilidade intestinal.

O episódio da facada foi em 6 de setembro de 2018, durante campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG). Desde então, o ex-presidente já passou por cerca de seis cirurgias, com algumas relacionadas diretamente às condições da facada.