BRASÍLIA - A recriação, no atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos só ocorreu após uma determinação da Justiça. O colegiado foi reinstalado em julho de 2024, depois de ter sido extinto na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Para que o grupo retomasse os trabalhos, foram necessárias várias solicitações do Ministério Público Federal (MPF) e, por fim, uma decisão da Justiça Federal do Distrito Federal que obrigou o governo a reinstalar a comissão. As informações foram obtidas e divulgadas pelo portal Uol neste domingo (10/8).  

A reportagem revela ainda que o que motivou a determinação judicial foi a mobilização de familiares dos militantes mortos durante a Guerrilha do Araguaia para que as buscas aos restos mortais dos envolvidos fossem retomadas na região do sul do estado do Pará. 

Lula prometeu, quando ainda era candidato à Presidência da República, recriar a comissão, mas demorou quase dois anos para oficializar o colegiado.

Em abril do ano passado, o Ministério da Justiça e Segurança Pública deu parecer favorável à reinstalação do grupo. No entanto, o tema permaneceu parado na Casa Civil durante um ano e sete meses e apenas saiu do papel em julho de 20024. 

Reportagem de O TEMPO mostrou a realidade da comissão

Em março deste ano, reportagem de O TEMPO Brasília mostrou que, com a falta de recursos orçamentários, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos buscava alternativas para avançar em seu trabalho.

Naquela época, o colegiado tentava aproveitar a visibilidade do filme Ainda Estou Aqui para encontrar soluções sobre outras questões relacionadas à reparação às famílias de vítimas da ditadura.