BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve acertar, nesta segunda-feira (11/8), os últimos detalhes do plano de contingência para socorrer setores afetados pela tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos às exportações brasileiras.

O tema será pauta de uma reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), no fim da tarde, no Palácio do Planalto. Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, é a principal voz do governo federal nas negociações com os EUA e no diálogo com os setores prejudicados.

A expectativa é que nos próximos dias, Lula envie ao Congresso uma Medida Provisória (MP) com o conjunto de iniciativas. A MP tem vigência imediata, mas precisa da autorização do Parlamento em até 120 dias para não perder a validade.

A prioridade das medidas é contemplar as empresas que mais exportam para o mercado americano, sobretudo os pequenos produtores, como já indicou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Outras pastas do governo vêm produzindo relatórios sobre a situação dos exportadores e de cada empresa para mapear quais vão precisar de ajuda para evitar demissões em massa e perda da produção.

Entre as propostas do plano, podem estar a liberação de crédito estatal para as empresas, aumento de compras governamentais e programas de manutenção de emprego semelhantes aos que foram adotados na pandemia Covid-19, como a permissão para acordos entre empregadores e empregados em relação à jornada de trabalho.

Em outra frente, o governo trabalha para ampliar mercados para os produtos mais afetados, como café, carnes, manga, goiaba, cacau e açúcar orgânico. Porém, em alguns casos, como no café, a medida se limita a uma redução de danos, já que os EUA correspondem a mais da metade das exportações.