BRASÍLIA - A Advocacia-Geral da União (AGU) vem trabalhando para tentar remover uma notícia falsa de que a primeira-dama, Janja da Silva, teria viajado para Moscou levando 200 malas contendo dinheiro vivo oriundo do esquema de descontos irregulares em mensalidades do INSS.

As publicações, compartilhadas por bolsonaristas nas redes sociais, partem das informações de que Janja embarcou para a Rússia seis dias antes da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de que três países - Estônia, Letônia e Lituânia - não autorizaram o avião brasileiro a sobrevoar seus espaços aéreos para ir rumo à capital russa. O motivo do veto é pela guerra da Ucrânia.

Na manhã de segunda-feira (13), o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG) compartilhou, em suas redes sociais, uma publicação que diz “O escândalo das 200 malas: Janja leva bagagem descomunal em viagem à Rússia”. O parlamentar mineiro ainda publicou: “200 malas, e a nossa Polícia Federal preocupada em prender a moça do batom”.

A publicação foi compartilhada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, não há qualquer indício ou evidência de que a primeira-dama tenha levado essa quantidade de bagagens em sua viagem ao país europeu ou que as malas tenham sido interceptado por autoridades de qualquer país.

A AGU ainda estuda qual a melhor forma de combater a desinformação, mas o órgão deve acionar plataformas como o X, onde a publicação originalmente foi feita, para tentar remover o conteúdo. No entanto, passadas quase 48 horas da postagem original, que já obteve mais de 400 mil visualizações, ainda não há perspectiva de o material ser removido.