BRASÍLIA - O vice-presidente da República e ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira (15/7) que o governo espera resolver até o dia 1º de agosto a questão sobre as tarifas de 50% anunciadas pelo presidente norte-americano Donald Trump às exportações brasileiras para os Estados Unidos.
Alckmin não descartou pedir adiamento da data para início da cobrança da nova taxa, prevista para o dia 1º de agosto, mas segundo ele, o foco será resolver a questão "nos próximos dias". A declaração foi dada após reunião do comitê criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o tema com setores do agronegócio.
"Pudemos ouvir deles e reiterar o compromisso do diálogo, que é o compromisso do presidente Lula de promover o diálogo e trabalharmos juntos para reverter este quadro. Houve uma colocação que o prazo é exíguo, pedido um prazo maior. A ideia do governo não é pedir que o prazo seja estendido, mas é procurar resolver até o dia 31. O governo vai trabalhar para resolver nos próximos dias", disse Alckmin.
O vice-presidente destacou também que governo brasileiro deve continuar o diálogo com os Estados Unidos.
Pela manhã, o governo federal se reuniu empresários do setor industrial. Uma das propostas em análise pelo comitê é o adiamento da cobrança da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, prevista para começar no dia O pedido foi feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“Queremos resolver o problema o mais rápido possível. Se houver necessidade de mais prazo, vamos trabalhar nesse sentido”, disse Alckmin após o encontro da manhã.
O vice-presidente informou ainda que os empresários brasileiros se comprometeram a iniciar conversas com representantes da indústria americana. Essas interlocuções incluirão importadores, exportadores, CEOs de grandes empresas e a Câmara de Comércio Brasil-EUA, buscando uma solução conjunta para o impasse tarifário.
Os grupos devem se reunir novamente na próxima quarta-feira (16/7).
Entenda
Na última quarta-feira (9), o presidente norte-americano Donald Trump endereçou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em que impunha uma sobretaxa de 50% sobre todas as exportações brasileiras nos Estados Unidos a partir de 1º de agosto. Ele ainda ameaçou o país a não retaliar e fez exigências.
No informe, Trump cita nominalmente Bolsonaro e diz que o ex-presidente sofre uma "caça às bruxas". O norte-americano também criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e atacou as decisões da Corte contra plataformas digitais que não cumprem a legislação brasileira - a exemplo de Rumble e X, que são norte-americanas.
Horas depois, o presidente Lula reagiu e publicou uma nota garantindo que o aumento das tarifas sobre os produtos brasileiros será respondido com a Lei da Reciprocidade Econômica, que permite ao Brasil adotar medidas contra países que impõem tarifas unilaterais.