BRASÍLIA - O ministro da Casa Civil, Rui Costa, criticou a intenção do governo dos Estados Unidos de investigar serviços de pagamentos eletrônicos usados no Brasil, como o Pix, por supostamente “prejudicarem” empresas daquele país. A gestão do presidente americano Donald Trump também cita a rua 25 de março, em São Paulo, conhecida pelo comércio popular, como uma ameaça aos direitos de propriedade intelectual.

Em cerimônia de assinatura do decreto que regulamenta a “BR do Mar” no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (16), Rui Costa afirmou que o Brasil vive uma “intromissão indevida” do governo Donald Trump. 

“Não dá para imaginar um cenário onde um presidente de uma das duas maiores potências do mundo está preocupado com a 25 de março e coloca isso em um documento internacional. Tá preocupado com um meio de pagamento que um país adota que é abraçado por todos. É inacreditável algo dessa natureza”, disse o ministro.

“Nenhuma outra nação e nenhum outro líder mundial pode escolher seja a atividade que vai se dar na rua 25 de março, seja nos meios de pagamento ou qualquer outra coisa que queira se intrometer que seja absolutamente de definição do Brasil”, completou.

No mesmo evento, o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, criticou a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. Em seu discurso, disse sentir “vergonha” de ter um mandato na Câmara ao lado do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“E nunca vi um cidadão com mais de 1 milhão de votos representando o povo de São Paulo pegar o telefone celular e diz ‘ou o Brasil adota medidas como a anistia, entre outras, ou a gente vai prejudicar o Brasil nesse tarifaço’”, disse.