BRASÍLIA - O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, entregou uma carta com pedido de demissão do cargo ao Palácio do Planalto. Ele espera se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos próximos dias. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de São Paulo.
Pressionado com prejuízos, com ameaças de desligamento em massa e com risco de demissão, ele decidiu que não vai esperar seu mandato vencer, em agosto.
O presidente dos Correios estava em um embate com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Um dos motivos seria divergência com a Casa Civil sobre o plano de fechamento de agências que poderia resultar na demissão de até 10 mil funcionários. A pasta nega que Rui Costa tenha apresentado uma proposta de desligamento em massa dos funcionários dos Correios.
Além disso, a estatal registrou um prejuízo recorde de R$ 2,6 bilhões em 2024. Segundo balanço divulgado no fim de junho, os Correios registraram um prejuízo de R$ 1,72 bilhão no primeiro semestre deste ano. Esse valor é 115% maior - em relação ao mesmo período de 2024, quando as perdas foram de R$ 801 milhões.
A expectativa agora é que a presidência dos Correios seja entregue ao União Brasil, partido que comanda o Ministério das Comunicações, ao qual a estatal é subordinada. A legenda do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), pleiteia mais espaço na administração pública federal.
Em fevereiro, a petista e ex-prefeita de Betim (MG) Maria do Carmo Lara Perpétuo foi demitida do cargo de diretora financeira dos Correios pelo presidente do órgão, Fabiano Silva dos Santos, após a estatal registrar prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024.