BRASÍLIA - O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), recebe nesta segunda-feira (4/8) empresários do ramo alimentício para discutir a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

A reunião acontece a dois dias da implementação da sobretaxa, que deve ser cobrada a partir desta quarta-feira (6/8).  Apesar de o governo americano ter excluído 694 produtos do tarifaço, o setor de alimentos continua sendo um dos mais prejudicados. Apenas suco e polpa de laranja e a castanha do Brasil foram beneficiados sem a nova taxação. 

Com isso, alguns dos principais produtos exportados pelo Brasil para os EUA continuam na lista do tarifaço, sobretudo carnes e café, mesmo com pressões de empresários americanos para que Trump retire esses itens da relação. Manga, goiaba, cacau e açúcar orgânico também estão entre os principais prejudicados.

A expectativa do setor é que, até a próxima quarta-feira, aumentem as pressões para que novos produtos estejam isentos da tarifa. Em alguns casos, trata-se de produtos perecíveis e mais da metade das exportações vai para os EUA, o que dificultaria uma solução de curto prazo.

A reunião desta segunda-feira também contará com a presença de secretários do MDIC, além do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana, e do secretário-Executivo da Câmara de Comércio Exterior, Rodrigo Zerbone.

Alckmin tem sido o líder das tentativas do governo brasileiro de negociar com os EUA. Apesar de já terem havido conversas entre ministros e secretários de ambas as partes, o presidente americano, Donald Trump, ainda não teria dado sinal verde para uma negociação em termos comerciais. Além disso, na ordem em que oficializa o tarifaço, Trump dá destaque apenas a fatores políticos, como as ações no Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e a regulação das plataformas digitais.