Um dia após o Ministério da Saúde divulgar as diretrizes para a vacinação de crianças contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a desestimular a imunização infantil. Em entrevista à rádio pernambucana Nova FM, ele minimizou a necessidade de proteção do grupo.

“Você, pai e você mãe, veja os possíveis efeitos colaterais. A própria Pfizer diz que outros possíveis efeitos colaterais podem acontecer a partir de 22, 23 ou 24 anos. E você vai vacinar teu filho contra algo que, o jovem, por si só, uma vez pegando o vírus, a possibilidade dele morrer é quase zero?”, questionou.

Apesar da declaração do mandatário, o Brasil registrou 301 mortes de crianças entre 5 e 11 anos por conta da Covid-19 do início da pandemia, em março de 2020, até 6 de dezembro do último ano.

A vacina da Pfizer foi aprovada para crianças em 16 de dezembro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em outubro, a farmacêutica informou que o imunizante é seguro e tem 90,7% de eficácia na prevenção de infecções pelo coronavírus no público infantil. A conclusão foi de estudo com 2.268 crianças que receberam duas doses da vacina ou placebo, com três semanas de intervalo.

Por conta da decisão, Bolsonaro também alfinetou a Anvisa, que não compareceu a audiência pública realizada pelo Ministério da Saúde na terça-feira (4) sobre o imunizante infantil por considerar já ter apresentado todos os documentos que embasam a decisão ao governo.

“O que está por trás disso? Qual o interesse da Anvisa por trás disso? Qual o interesse daquelas pessoas taradas por vacina? É pela sua vida, pela sua saúde?”, questionou Bolsonaro, que avaliou, ainda, a liberação da Agência como “lamentável”.

O presidente da República voltou a afirmar que não irá vacinar a filha Laura Bolsonaro, de 11 anos. “A Anvisa lamentavelmente aprovou vacina para crianças entre 5 e 11 anos de idade. Minha opinião é que minha filha de 11 anos não será vacinada”, completou.

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