O presidente Jair Bolsonaro reclamou neste domingo (27) de um embrulho em seu estômago. O motivo, segundo ele, é ter que “jogar dentro das quatro linhas” da Constituição Federal.
“Por vezes, me embrulha o estômago ter que jogar dentro das quatro linhas, mas eu jurei, e não foi da boca para fora, respeitar a Constituição. E aqueles que estão ao meu lado, todos, em especial os 23 ministros, eu digo: vocês têm obrigação de, juntamente comigo, fazer com que quem esteja fora das quatro linhas seja obrigado a voltar para dentro das quatro linhas”, declarou durante evento do PL em Brasília.
O presidente da República também afirmou que se for para defender a democracia e a liberdade, ele tomará "a decisão contra quem quer que seja". "A certeza do sucesso é que eu tenho o exército ao meu lado. Este exército é composto de cada um de vocês", disse ao lado do general Augusto Heleno. Ele também comparou a pandemia com a ditadura.
Ao lado do presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, Bolsonaro discursou em tom inflamado, parecido com um comício, e falou pensando nos eleitores evangélicos e nos que têm maior rejeição, como mulheres e jovens.
O evento marcaria o lançamento da pré-candidatura à reeleição, mas os organizadores mudaram para um ato de filiação ao PL por risco de violação à lei eleitoral. O que era para ser um grande ato de filiação teve como destaque os nomes dos ministros Marcos Pontes (Ciência) e João Roma (Cidadania), e ainda do senador Eduardo Gomes.
Ficou por conta de Costa Neto e apoiadores presentes falar sobre um segundo mandato à frente do Planalto. O presidente da legenda apresentou Bolsonaro como “futuro presidente pelo segundo mandato”.
No evento, o chefe do Executivo também voltou a dizer que há um inimigo da nação, mas não citou nomes. "O nosso inimigo não é externo, é interno. Não é luta da esquerda contra a direita, é do bem contra o mal. E nós vamos vencer essa luta, porque estarei sempre na frente de vocês", disse.
Em defesa de si e de seu governo, o presidente defendeu novamente que não há registros de casos de corrupção em sua gestão. Para ele, “buscam qualquer coisa, qualquer gota d’água para transformar um tsunami”. Bolsonaro ignora, no entanto, o escândalo de gabinete paralelo no Ministério da Educação (MEC) envolvendo diretamente o ministro chefe da pasta, Milton Ribeiro, agora investigado por decisão do STF.
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