Combate ao crime

Em meio à pressão internacional, Força Nacional será enviada ao Amazonas

No início da semana, o presidente Jair Bolsonaro adotou um discurso em que jogava a culpa para os desaparecidos, afirmando que eles participavam de uma “aventura

Por Renato Alves
Publicado em 10 de junho de 2022 | 08:28
 
 
 
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Diante do aumento da pressão sobre o governo federal, que resistiu a mandar reforços, o Ministério da Justiça determinou nesta sexta-feira (10) a liberação do uso da Força Nacional no Amazonas, onde o indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips desapareceram, na região do Vale do Javari.

A decisão foi publicada no Diário Oficial da União. O texto especifica que o contingente militar será destinado a "ações de combate ao crime organizado, ao narcotráfico e aos crimes ambientais". 

Ou seja, a Força Nacional vai atuar no combate aos crimes que motivaram a ida de Dom Phillips à região para apuração de um livro que escreve com apoio de uma instituição estrangeira. 

O único suspeito por envolvimento no sumiço da dupla que segue preso, Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado, é acusado de praticar tais crimes. 

Na noite de quinta-feira (9), a Justiça do Amazonas decretou a prisão temporária dele, pelo prazo de 30 dias. Peritos da Polícia Federal encontraram vestígio de sangue no barco de Pelado. O material está sob análise.

Reforço também para Boa Vista e Pacaraima

De acordo com a portaria publicada pelo Ministério da Justiça nesta sexta, fica autorizado, por 90 dias, operações "na calha do Rio Negro e Solimões, no Estado do Amazonas, em atividades e serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio"

Além do Amazonas, o ministério também autorizou o uso da Força Nacional nas cidades de Boa Vista e Pacaraima, em Roraima, também por 90 dias.

Bolsonaro chegou a culpar desaparecidos

No início da semana, o presidente Jair Bolsonaro adotou um discurso em que jogava a culpa para os desaparecidos, afirmando que eles participavam de uma “aventura”. 

Já nesta quinta-feira (9), ele foi ao Twitter para reiterar o uso das forças de segurança para solucionar o caso. Bolsonaro fez a manifestação em Los Angeles, onde foi recebido com protestos, antes de encontro com o presidente Joe Biden.

Há pouco mais de um mês, congressistas brasileiros foram à Boa Vista após denúncias de estupro e morte de uma menina ianomâmi de 12 anos por garimpeiros. (Com Estadão Conteúdo)

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