O jornalista Glenn Greenwald e seu falecido marido, David Miranda, que era deputado federal pelo PDT do Rio de Janeiro e morreu em maio passado, foram vítimas de espionagem ilegal por parte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), como relatou a Polícia Federal (PF).
De acordo com informações do jornal O Globo, com base em conversas com fontes da PF, os números de celular de ambos constam na lista de 1.800 telefones entregue pela Abin ao Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a uma determinação do ministro Alexandre de Moraes.
A agência de inteligência teria usado um sistema secreto chamado "First Mile", que tem a capacidade de rastrear a localização de até 10.000 pessoas por ano, tudo isso sem necessidade de autorização judicial.
Além de Glenn e o ex-deputado, a lista de pessoas monitoradas também inclui jornalistas, advogados, ministros do STF, outros políticos e vários outros opositores políticos do governo Bolsonaro no período entre 2019 e 2021, quando Alexandre Ramagem estava à frente da Abin. Atualmente, Ramagem é deputado federal pelo PL do Rio.
Os investigadores também descobriram que a espionagem se estendeu a técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao ex-deputado federal Jean Wyllys e até a um homônimo do ministro Alexandre de Moraes.