Um dia após a Petrobras anunciar o fim da paridade de preços internacionais e da redução dos combustíveis, o ministro da Fazenda Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (17), que a estatal pode reduzir ainda mais os preços dos combustíveis para compensar o aumento dos tributos previstos para julho. A falta de corte ainda maior nos preços seria uma forma de compensar a volta das cobranças tributárias do PIS/Pasep e da Cofins. 

"Com o aumento (dos impostos) previsto para 1º de julho, vai ser absorvido pela queda do preço deixada para esse dia. Nós não baixamos tudo o que podíamos. Justamente esperando o 1º de julho, quando acaba o imposto de exportação e acaba o ciclo de reoneração”, declarou durante reunião conjunta nas comissões de Desenvolvimento Econômico; Finanças e Tributação; Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados

O governo anunciou, em fevereiro, que voltaria a cobrar impostos federais sobre gasolina e álcool. A reoneração parcial seria válida partir de março, e seria compensada por um imposto sobre exportação de óleo cru, válido por quatro meses.  

Ao final desse período, no início de julho, o governo precisará decidir se vai promover nova rodada de elevação dos tributos sobre gasolina e álcool ou se encontrará uma fonte compensatória para a arrecadação. Já a desoneração sobre o óleo diesel e gás de cozinha valerá até o final deste ano. 

De acordo com Fernando Haddad, redução prevista para julho, na gasolina e no álcool pela Petrobras, estaria em conformidade com os preços internacionais. 

"A Petrobras deixou claro que obviamente vai olhar o preço internacional. Não tem como escapar disso porque ela importa. Ela pode, em uma situação mais favorável como agora em que o preço do petróleo caiu, mas que o preço do dólar caiu, combinar os dois fatores e reonerar sem impacto na bomba", disse o ministro da Fazenda.  

Ainda durante a audiência com os parlamentares, Fernando Haddad defendeu a mudança da política de preços da estatal – controlada pela União. Ele disse que a nova política da Petrobras permite baixar os preços dos combustíveis derivados do petróleo sem pressionar a inflação e sem prejudicar a arrecadação dos governadores. (Com informações do Estado de S. Paulo e agências)

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