Mistério

Jornalista inglês e indigenista da Funai desaparecem na Amazônia

Bruno Araújo Pereira, o indigenista, é alvo constante de ameaças pelo trabalho que faz junto aos indígenas contra invasores na região, em especial garimpeiros e madeireiros

Por Renato Alves
Publicado em 06 de junho de 2022 | 12:10
 
 
 
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Um indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai) e um jornalista inglês desapareceram no Vale do Javari, na Amazônia, quando faziam o trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte, no estado do Amazonas. 

Bruno Araújo Pereira, o indigenista, é alvo constante de ameaças pelo trabalho que faz junto aos indígenas contra invasores na região, em especial garimpeiros e madeireiros. 

Já o jornalista é Dom Phillips, colaborador regular do jornal The Guardian, que se mudou para o Brasil em 2007, está trabalhando em um livro sobre meio ambiente, com apoio da Fundação Alicia Patterson.

Phillips mora em Salvador e faz reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos para o Guardian e outros veículos de língua inglesa, como Washington Post, New York Times e Financial Times.

Phillips e Bruno fazem expedições juntos na região amazônica desde 2018, de acordo com o Guardian.

"O The Guardian está muito preocupado e está buscando urgentemente informações sobre o paradeiro e a condição do Sr. Phillips. Estamos em contato com a embaixada britânica no Brasil e autoridades locais e nacionais para tentar estabelecer os fatos o mais rápido possível", disse um porta-voz da Guardian News & Media, grupo controlador do The Guardian

O Ministério Público Federal, a Polícia Federal e o Exército já foram acionados para realizar as buscas. A PF informou que a superintendência no Amazonas está à frente do caso.

Dupla viajava para reuniões e reportagem

As informações sobre a a viagem da dupla foram confirmadas na manhã desta segunda-feira (6) por meio de nota oficial da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), entidade composta por indígenas Marubo, Mayoruna (Matsés), Matis, Kanamary, Kulina-Pano, Korubo e Tsohom-Djapá

Dom e Bruno viajavam com uma embarcação nova, com motor de 40 HP e 70 litros de gasolina, o suficiente para a viagem, e 7 tambores vazios de combustível.

Eles se deslocaram para visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima à localidade chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da Funai no rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas.

Ambos chegaram ao destino às 19h25 de sexta-feira (3). No domingo (5), começaram a viagem de retorno, logo cedo, para Atalaia do Norte. No entanto, pararam na comunidade São Rafael, em uma visita previamente agendada, para que Bruno Pereira fizesse uma reunião com o comunitário apelidado de “Churrasco”.

Bruno Pereira é considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai e e profundo conhecedor da região, onde foi Coordenador Regional da Funai de Atalaia do Norte por cinco anos. Também integra o Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente (Opi).

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