O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou que o novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, poderá ter autonomia para montar sua própria equipe. Lewandowski foi confirmado para o cargo pelo mandatário na manhã desta quinta-feira (11). Além dos dois, estavam presentes na ocasião o atual chefe da pasta, Flávio Dino (que tomará posse no Supremo Tribunal Federal em 22 de fevereiro) e a primeira-dama, Janja da Silva.
"Eu, normalmente, tenho por hábito cultural não indicar ninguém em nenhum Ministério. Eu quero que as pessoas montem o time em que elas vão jogar. Eu, se fosse técnico de futebol, não permitiria que o presidente do meu time, por mais importante que fosse, escalasse o meu time. Sou eu que escalo. Se eu perder, me tirem. Se eu ganhar, eu continuo", disse Lula.
De acordo com Lula, Lewandowski terá uma equipe montada até 1º de fevereiro, quando tomará posse. Logo depois, o petista ressaltou: "Aí ele vai sentar comigo e nós vamos discutir quem fica, quem sai, quem entra, quais são as novidades".
Ao final do anúncio, já fora do púlpito, Lula disse, ao lado de Dino e de Lewandowski, que Janja espera que mulheres ocupem espaço na nova gestão da Justiça. O novo ministro da pasta respondeu: "Certamente".
A fala pública do presidente da República sobre a liberdade para que Lewandowski tenha sua equipe foi feita após uma expectativa para que o secretário-executivo da Justiça na gestão Dino, Ricardo Cappelli, o sucedesse no cargo.
Cappelli teve destaque no MJSP no primeiro ano do governo Lula. Ele foi interventor federal na segurança pública do Distrito Federal depois dos atos de 8 de janeiro de 2023, que terminou na depredação das sedes dos Três Poderes, e assumiu como ministro interino após a confirmação da ida de Dino para o STF. Ele já respondeu diretamente a Lula.
Mas, com Lewandowski na chefia do MJSP, o esperado é que Cappelli não consiga se manter no mesmo cargo estratégico e de confiança. O futuro ministro deve nomear Manoel Carlos de Almeida Neto para o lugar de Cappelli, que foi secretário geral do STF na época em que Lewandowski presidiu a Corte.
Antes do anúncio de Lula, Dino e Cappelli se reuniram na sede da Justiça para tratar sobre o futuro do secretário-executivo. Por meio do X (antigo Twitter), o braço direito do novo ministro do STF informou que não pediu demissão, mas que sairá de férias e que retornará para participar da transição da pasta.