Um médico de Brasília e nove empresários, sendo quatro de Goiás e cinco de Uberlândia, cidade localizada no Triângulo Mineiro, estão entre as vítimas do acidente aéreo que deixou 14 pessoas mortas no Amazonas, na tarde de sábado (16). Todos eram pescadores esportivos e haviam embarcado em Manaus com destino a Barcelos, onde houve o mal sucedido pouso. Chovia forte no momento. Há a suspeita de que o piloto não conseguiu frear a aeronave, que saiu da pista. É a maior tragédia da aviação brasileira desde 2011.
A vítima da capital federal é o médico Roland Montenegro Costa, de 70 anos. Nascido em Viana (MA), formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Maranhão, em 1978. Ele fez residência médica em cirurgia geral no Hospital de Base do Distrito Federal, de 1979 a 1981. Referência em cirurgia do aparelho digestivo, foi pioneiro nos transplantes em Brasília. Atendia em consultório particular e operava em alguns hospitais de Brasília. Já havia se aposentado do Hospital de Base, o maior do Distrito Federal.
Confira as vítimas de Goiás:
- Gilcrésio Salvador Medeiros: dono de uma pousada em Niquelândia
- Fábio Campos Assis: era dono de um comércio em Anápolis
- Witter Ferreira de Faria: natural de Itumbiara e empresário no ramo do agronegócio em Uruaçu
- Marcos de Castro Zica: tinha 48 anos, era engenheiro agrônomo, morava entre Goiânia e Uruaçu, sua cidade natal. Casado e com dois filhos, Marcos tinha lavouras na região de Uruaçu e Mara Rosa, além de um armazém em Mara Rosa
Saiba quem as vítimas de Minas Gerais:
- Euri Paulo dos Santos: morador de Uberlândia, executivo do Grupo Algar
- Fábio Ribeiro: morador de Uberlândia, executivo do Grupo Algar
- Hamilton Alves Reis: morador de Uberlândia, executivo do Grupo Algar
- Heudes Freitas: morador de Uberlândia, executivo do Grupo Algar
- Luiz Carlos Cavalcante Garcia: morador de Uberlândia, executivo do Grupo Algar
A informação foi confirmada neste domingo (17) pela empresa Algar, que lamentou a morte dos ex-associados do Grupo. “A Algar lamenta o acidente ocorrido e confirma que cinco dos ocupantes da aeronave são ex-associados (como são chamados os funcionários da empresa). O Grupo se solidariza com os familiares e amigos das vítimas”, disse em nota.
Além dos empresários, uma sexta vítima também seria moradora de Uberlândia. Trata-se de Guilherme Boaventura Rabelo, que seria diretor de uma empresa de engenharia da cidade. A reportagem também tentou contato com a empresa, mas não obteve retorno.
Um vídeo divulgado nas redes sociais, neste domingo (17/9), mostra os 12 pescadores entrando em um avião momentos antes da queda, no Amazonas. Além deles, também estavam a bordo dois tripulantes. Nenhum dos 14 sobreviveram ao acidente. pic.twitter.com/xtvXeMuUsO
— O Tempo (@otempo) September 17, 2023
Como foi o acidente no interior do Amazonas
Segundo o governo do Amazonas, a aeronave do modelo Embraer EMB-110 Bandeirante levava 12 turistas a bordo, além do piloto e do copiloto. O avião saiu da capital Manaus com destino a cidade de Barcelos, no interior do estado, conhecida pelo turismo de pesca.
A queda aconteceu por volta das 15h (horário de Brasília), quando o avião tentava pousar na cidade, que fica a cerca de 400 km de Manaus. Chovia forte no momento do acidente. Todos a bordo morreram. Os corpos foram levados para o ginásio de uma escola. O município não tem Instituto Médico Legal (IML).
Segundo o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Vinícius Almeida, o grupo de turistas estava na região para a prática de pesca esportiva.
Vídeo divulgado nas redes sociais mostra os 12 turistas entrando em um avião momentos antes da queda. Entre as vítimas estão ainda dois tripulantes. As imagens foram publicadas por amigos das vítimas e mostram os pescadores em clima amistoso e, inclusive, brincam ao falar que o avião parece “uma lata de sardinha” — em referência ao seu tamanho.
O Embraer EMB-110 Bandeirante tem capacidade para 18 pessoas. Fabricado em 1991 e com dois motores turboélice, ele pertence à Manaus Aerotáxi. Com autonomia de 1700km de voo, ela atinge até 340 km/h e carrega até 1,5 ton de carga. A equipe de O TEMPO apurou que o certificado de verificação de aeronavegabilidade da aeronave vale até novembro deste ano. Ou seja, ela operava de forma regular.