Acompanhando a indignação e repúdio dos delegados da Polícia Federal, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) publicou nota, nesta quinta-feira (14), em reação ao reajuste linear de 5% para todos os servidores públicos federais e à falta de implementação da reestruturação das carreiras policias neste ano, promessa feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na nota divulgada pela entidade, destaca-se que o reajuste "certamente não agradará a nenhuma das categorias, além de que implicará no descumprimento de mais uma 'promessa' do presidente da República ante os policiais".

Com a mesma ênfase, a nota lembra ao governo federal de ele foi eleito "com a promessa de que valorizaria os profissionais de segurança pública".

"Até então, os profissionais dessa área, tão utilizada pelo Governo e, em especial pelo próprio Presidente em suas propagandas na apresentação dos recordes alcançados, foi incapaz de promover qualquer modificação estrutural ou a reestruturação da carreira", acrescenta o texto.

A princípio, o Orçamento de 2022 reservava apenas R$ 1,7 bilhão para o reajuste dos servidores das categorias policiais, o que não foi concedido até o momento.

O cálculo da equipe econômica do governo federal é de que serão necessários R$ 6,5 bilhões para o aumento de 5%.

Em outro trecho da nota da Fenapef, alerta-se para efeito do descumprimento da promessa de reestruturação das carreiras, que "certamente provocará uma crise sem precedentes na Polícia Federal". 

"Esperamos que o Presidente da República analise com cautela a situação, tudo o que foi prometido até então, o anunciado reconhecimento pelo trabalho de excelência dos policiais federais e cumpra a inúmeras vezes anunciada promessa da reestruturação", finaliza a nota.

Peritos criminais também estão preocupados com promessa descumprida por Bolsonaro

 O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Marcos Camargo, também assinou e divulgou nota, na noite de quarta-feira (13), manifestando preocupação com "a possibilidade aventada de que o governo descumpra seus compromissos assumidos com as carreiras policiais, em especial quanto à reestruturação prometida publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro".

"Policiais desempenham atividade de risco permanente, inclusive com o sacrifício da própria vida, levando a segurança pública aos locais mais distantes do país, independente de adversidades", justifica.

"Ainda assim, ante a ameaça de descumprimento dos compromissos assumidos e a falta de transparência ao longo processo, parece que novamente a valorização da segurança pública ficará apenas em promessas de campanha, o que não será aceito passivamente”, avisa o presidente da APCF.

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