O presidente Jair Bolsonaro (PL) exonerou o ministro de Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (11). 

Para o cargo, Bolsonaro nomeou Adolfo Sachsida, que deixou a chefia da Assessoria Especial do Ministério da Economia. 

Antes, ele foi secretário de Política Econômica da pasta. A secretaria é responsável pelas projeções macroeconômicas do governo, como a de inflação e do Produto Interno Bruto (PIB), que vinham aparecendo bem acima das expectativas do mercado. 

Servidor de carreira do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Sachsida é discípulo do filósofo Olavo de Carvalho, o “guru do bolsonarismo”, que morreu em janeiro deste ano.

Doutor em Economia pela Universidade de Brasília (UnB), com pós-doutorado pela Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, Sachsida atuou como professor na Universidade do Texas e no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).

Saschsida tem experiência na área da macroeconomia, com ênfase em modelos econométricos. Também atua em pesquisas na área de resolução de questões econômicas. 

Além disso, é advogado e autor de livros, como “Fatores Determinantes da Riqueza de Uma Nação e Considerações Econômicas, Sociais e Morais sobre a Tributação”.

'Espero estar à altura desse que é o maior desafio profissional', diz Sachsida

Logo após a exoneração de Bento Albuquerque ser publicada no Diário Oficial da União, Sachsida fez uma publicação no Twitter agradecendo a Bolsonaro, a Paulo Guedes e ao almirante

"Agradeço ao Presidente Jair Bolsonaro pela confiança, ao ministro Guedes pela apoio e ao ministro Bento pelo trabalho em prol do país. Com muito trabalho e dedicação espero estar à altura desse que é o maior desafio profissional de minha carreira. Com a graça de Deus vamos ajudar o Brasil."

Bolsonaro fez duras críticas ao ministro e ao presidente da Petrobras

Bolsonaro tomou a decisão um dia após o mais recente aumento do preço do diesel, anunciado pela Petrobras na segunda-feira (9) e que entrou em vigor na terça-feira (10). 

Em live nas redes sociais na última quinta-feira (5), Bolsonaro criticou a política de preços da Petrobras e pediu que os mesmos ficassem congelados.

Bolsonaro citou nominalmente Bento Albuquerque, além de José Mauro Coelho, presidente da Petrobras.

"Vocês não podem, ministro Bento Albuquerque e senhor José Mauro, da Petrobras, não podem aumentar o preço do diesel”, disse.

Em seguida, ele fez apelos para que a Petrobras não voltasse a aumentar o preço dos combustíveis no Brasil.

“Não estou apelando, estou fazendo uma constatação levando-se em conta o lucro abusivo que vocês têm. Vocês não podem quebrar o Brasil. É um apelo agora: Petrobras, não quebre o Brasil, não aumente o preço do petróleo. Eu não posso intervir. Vocês têm lucro, têm gordura e têm o papel social da Petrobras definido na Constituição", completou o presidente.

Aos gritos, Bolsonaro afirmou que os lucros registrados pela empresa são "um estupro", beneficiam estrangeiros e quem paga a conta é a população brasileira.

"O lucro de vocês é um estupro, é um absurdo. Vocês não podem aumentar mais os preços dos combustíveis", disse Bolsonaro na transmissão ao vivo pelas redes sociais.

O TEMPO agora está em Brasília. Acesse a capa especial da capital federal para acompanhar as notícias dos Três Poderes.