O vice-presidente Hamilton Mourão disse, na manhã desta sexta-feira (29), que o presidente Jair Bolsonaro decidiu não ir à COP 26 porque “todo mundo vai jogar pedra nele”.

A COP 26 é a conferência mundial sobre o clima organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU). O evento começa neste fim de semana em Glasgow, na Escócia. A principal autoridade no evento será o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite

Bolsonaro está na Europa. Ele desembarcou nesta sexta-feira (29) em Roma, na Itália, para participar da cúpula do G20, que reúne representantes dos países mais ricos do mundo para discutir questões econômicas.

“Sabe que o presidente Bolsonaro sofre uma série de críticas. Então, ele vai chegar em um lugar em que todo mundo vai jogar pedra nele. Está uma equipe robusta lá com capacidade para, vamos dizer, levar adiante a estratégia de negociação”, disse Mourão, na manhã desta sexta-feira, ao ser questionado por jornalistas sobre a decisão do presidente brasileiro de não ir a Glasgow.

Mourão, que é presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, também não irá à Escócia. Ele sempre defende que o governo brasileiro faz a sua parte para preservar o meio ambiente, em especial a floresta amazônica. Para o vice-presidente, o governo de Bolsonaro sofre críticas por razões políticas, econômicas e ambientais.

“A maioria das pessoas que tem realmente uma consciência ambiental maior é de esquerda, então, há crítica política embutida nisso aí. E tem a questão econômica: sempre uma busca de uma barreira em relação à pujança do nosso agronegócio, querendo dizer que ele provém de área desmatada da Amazônia, que não é uma realidade. E, óbvio, a questão ambiental embutida”, disse.

Na contramão do mundo, Brasil aumenta emissão de gases

O Brasil chega à COP 26 com as emissões de gases estufa em alta. O país se comprometeu a reduzir em 43% as emissões de gases estufa até 2030. Essa foi a meta oficial apresentada no Acordo de Paris.

No entanto, no fim do ano passado, o governo federal mudou a base de cálculo das metas brasileiras, o que, segundo especialistas, significa permissão para poluir mais.

Do Acordo de Paris para 2020, em vez de reduzir, o Brasil elevou as emissões de gases estufa em quase 5%. É o que revela um relatório do Observatório do Clima divulgado nesta quinta-feira (28) . Apenas no ano passado, em plena pandemia, enquanto o mundo registrava uma queda de 6,7% nas emissões, o Brasil seguia na contramão: um aumento de 9,5%, o maior desde 2006.

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