BRASÍLIA - Os advogados responsáveis pela defesa do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo enviaram um ofício nesta terça-feira (31) ao Supremo Tribunal Federal (STF) informando que o militar desconhecia a tentativa da irmã de levar equipamentos eletrônicos até ele escondidos em uma caixa de panetone.

Bezerra fazia parte do batalhão de Forças Especiais do Exército, os chamados "kids pretos", especializados em técnicas de sabotagem, insurgências populares e contraterrorismo. Ele é acusado de planejar a morte do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022. 

Ele foi preso em 19 de novembro junto com outros três militares e um policial federal supostamente envolvidos na trama assassina e está detido no Comando Militar do Planalto, em Brasília. 

No último sábado (28), Rodrigo Bezerra de Azevedo recebeu a visita da irmã, que tentou entrar no batalhão militar levando um fone de ouvido, um cabo USB e um cartão de memória em uma caixa do pão natalino. Os objetos acabaram sendo descobertos ao passarem pelo detector de metais. Diante disso, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu todas as visitas previstas ao militar. 

Defesa pede liberação de visitas, menos da irmã

O que a defesa do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo tenta agora é que Moraes reconsidere a decisão e permita novas visitas, restringindo a presença apenas da irmã. 

Ele está preso desde o mês passado pela suspeita de ter participado de um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.

"É evidente que o custodiado Rodrigo Bezerra de Azevedo não teve qualquer participação, contribuição ou incentivo relacionados à conduta de sua irmã. Ademais, não há elementos que indiquem que os objetos em questão seriam destinados ao uso do custodiado ou que este tivesse ciência de tal ato", afirma a defesa. Em depoimento à Polícia Federal (PF), o militar negou participação no plano de golpe de Estado para manter no poder o então presidente da República Jair Bolsonaro.