BRASÍLIA. A defesa do ex-policial militar Ronnie Lessa pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a transferência dele de unidade prisional em Tremembé, em São Paulo. O pedido foi endereçado ao ministro Alexandre de Moraes na última semana. Lessa é assassino confesso da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista dela, Anderson Gomes. O crime foi em 2018, no Rio de Janeiro.

O ex-PM foi transferido, em 20 de junho, da Penitenciária Federal de Campo Grande (MS) para o Complexo Penitenciário 1 de Tremembé, no interior de São Paulo. Ele está no presídio de segurança máxima Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, chamada no sistema penal de São Paulo de P1.

Lessa quer, no entanto, ir para a penitenciária Dr. José Augusto Salgado, a P2. O local também é conhecido como “cadeia dos famosos”. Lá estão condenados como Cristian Cravinhos e Lindemberg Alves.

Um dos argumentos da defesa é que enquanto a P1 enfrenta superlotação com criminosos de alta periculosidade, a P2 tem vagas disponíveis. Ainda, de que há riscos à segurança do ex-PM, que tem medo de ser executado.

O assassino confesso de Marielle e Anderson estava preso na capital sul-mato-grossense desde 2019, e a mudança atendeu a uma solicitação da defesa do ex-policial expressamente declarada no acordo de delação premiada feito com a Polícia Federal (PF) e homologado pelo ministro do STF.  

Em junho, a transferência para Tremembé contrariou um posicionamento da Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo. Em um ofício enviado a Moraes em 12 de abril, o secretário Marcello Streifinger alegou que a unidade prisional, onde já estão outros presos de crimes de repercussão nacional, não teria capacidade de receber Ronnie Lessa "em razão de seu perfil, antecedentes e ligações, bem como não há estrutura no sentido no sentido de manter o monitoramento indicado".

Streifinger chegou a recomendar a mudança para outra unidade do interior paulista, em Presidente Venceslau, que, segundo ele, seria mais apropriada para receber o atirador.