BRASÍLIA - Inquérito da Polícia Federal (PF) aponta que o general do Exército Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens presidencial Mauro Cid, repassou ao ex-presidente Jair Bolsonaro US$ 25 mil, em espécie. Pela cotação atual, o valor equivale a cerca de R$ 137 mil
A informação faz parte dos autos enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira (5) e que tiveram sigilo derrubado nesta segunda-feira (8) pelo ministro Alexandre de Moraes.
Na quinta-feira (4), Bolsonaro e 11 aliados, incluindo os dois integrantes da família Cid, foram indiciados na PF por indícios de envolvimento em ação criminosa no inquérito das joias sauditas. Todos eles estariam envolvidos no desvio e comercialização de presentes dados ao ex-presidente por autoridades estrangeiras em viagens oficiais durante sua passagem pela Presidência da República.
De acordo com os documentos, com 2.041 páginas, “Mauro Cesar Lourena Cid teria guardado em sua residência, na cidade de Miami, objetos (barco e árvore dourados) que possivelmente foram dados como presentes oficiais de autoridades estrangeiras a JAIR MESSIAS BOLSONARO em viagens internacionais. Em seguida, MAURO CESAR LOURENA CID e seu filho MAURO CESAR BARBOSA CID encaminharam os objetos desviados, pertencentes ao acervo público brasileiro, para estabelecimentos comerciais especializados, para serem avaliados e alienados (diretamente e/ou por leilão).”
A peça afirma ainda que “além disso, os elementos de prova colhidos, demonstraram que MAURO CESAR LOURENA CID recebeu, em nome e em benefício de JAIR MESSIAS BOLSONARO, pelo menos 25 mil dólares, que teriam sido repassados em espécie para o ex-Presidente, visando, de forma deliberada, não passar pelos mecanismos de controle e pelo sistema financeiro formal. Os dados ainda indicam, a utilização de uma conta bancária, provavelmente vinculada a LOURENA CID, para movimentação de valores, que podem ser oriundos da venda de outros itens ainda não identificados, recebidos pelo ex-Presidente JAIR BOLSONARO e desviados do acervo público brasileiro, pelos investigados".
A reportagem de O TEMPO Brasília tentou contato com a defesa de Jair Bolsonaro, mas não obteve resposta até o momento. O espaço segue aberto.