BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu nessa segunda-feira (27) manter a prisão preventiva do agente da Polícia Federal (PF) Wladimir Matos Soares.

Preso desde 19 de novembro de 2024, o policial acusado de participação na suposta trama golpista que incluía um plano para matar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio Moraes, em dezembro de 2022. 

O objetivo seria impedir a diplomação e posse da chapa vitoriosa nas eleições de outubro e, mediante uma intervenção, manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência da República.

Segundo o relatório da PF, que está em análise na Procuradoria-Geral da República, Soares se infiltrou na equipe de segurança de Lula para obter informações privilegiadas sobre a estrutura e o esquema de proteção do então presidente eleito. Ele, então, repassava o planejamento aos quatro integrantes das forças especiais do Exército, os chamados “kids pretos, que estariam responsáveis pelo planejamento e execução do plano.

Advogados dizem que policial tem embolia pulmonar e precisa de tratamento fora da prisão

A decisão de Moraes indeferiu o pedido da defesa de Wladimir Matos Soares que, em 15 de janeiro, pediu ao ministro que o policial fosse colocado em liberdade provisória. Segundo os advogados, o réu está com embolia pulmonar - que é a obstrução de uma artéria do pulmão - e carece de exames periódicos e tratamento contínuo. 

O pedido foi submetido à análise do procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, que se manifestou contrário à demanda da defesa do agente. O PGR, no entanto, recomendou a Moraes a realização de um exame médico “para verificar o estado de saúde do paciente e a indispensabilidade do tratamento”.

Ao manter o entendimento de Gonet em relação à prisão, o ministro determinou que a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal realize, em até cinco dias, os exames médicos necessários para verificar as condições de saúde do detento.

Moraes também ordenou que a Secretaria informe se o hospital penitenciário, ou a unidade prisional onde Soares está detido, têm condições de oferecer o tratamento necessário. “Até o momento, não se verifica situação peculiar em sua saúde que implique na impossibilidade de que o requerente permaneça custodiado em estabelecimento prisional”, escreveu ele.