BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, saiu em defesa da Corte nesta quinta-feira (27) diante dos ataques a ministros e à instituição, inclusive por autoridades norte-americanas.

Desde o governo de Jair Bolsonaro (PL), o Supremo passou a ser alvo tanto do ex-presidente quanto de seus aliados, com questionamentos às decisões da Corte e hostilidades públicas aos seus integrantes. 

Nas últimas semanas, porém, o Judiciário brasileiro passou a ser também descredibilizado por políticos da Câmara dos Estados Unidos, que aprovaram em uma comissão (espécie de Comissão de Constituição e Justiça do Congresso brasileiro) um projeto de lei que pode impedir a entrada do ministro de Moraes e outros de seus pares que interferirem na “liberdade de expressão de cidadãos americanos”.  

“Nós bem sabemos o que tivemos que passar para evitar o colapso das instituições e um golpe de Estado aqui no Brasil. A tentativa de fazer prevalecer a narrativa dos que apoiaram o golpe fracassado não haverá de prevalecer entre as pessoas verdadeiramente de bem e democratas. O STF continuará a cumprir o seu papel de guardião da Constituição e da democracia. Nós não tememos a verdade e muito menos a mentira”, afirmou.

A fala de Barroso sucedeu ao discurso de Alexandre de Moraes. Minutos antes, o ministro defendeu a soberania brasileira e reagiu aos questionamentos levantados por políticos da extrema direita dos Estados Unidos ligados ao presidente Donald Trump e ao empresário Elon Musk, dono da rede social X.

"Deixamos de ser colônia em 7 de setembro de 1822 e com coragem estamos construindo uma República independente e cada vez melhor. Independente e democrática com a Constituição de 1988. E construindo com coragem, pois como sempre lembrado pela eminente ministra Cármen Lúcia citando Guimarães Rosa: 'o que a vida quer da gente é coragem'", alertou Moraes, ao ressaltar a independência do país.