BRASÍLIA - O ex-assessor especial da Presidência da República Filipe Martins solicitou autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para circular por Brasília na próxima semana. Ele irá acompanhar presencialmente o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele e outros cinco investigados por participação em uma tentativa de golpe de Estado em 2022.
O relator do caso no STF, ministro Alexandre de Moraes, é que deverá se manifestar sobre o pedido feito por Filipe Martins. Até o momento, de acordo com informação do portal Metrópoles, ele só poderá se deslocar do aeroporto para o prédio do STF e também para o hotel onde ficará hospedado.
A análise do caso está marcada para os dias 22 e 23 de abril, na Primeira Turma do STF. Martins faz parte do chamado "núcleo 2" da trama, grupo apontado pela PGR como responsável por coordenar e dar suporte ao planejamento golpista. A defesa do ex-assessor informou que ele estará presente em todas as três sessões do julgamento.
Segundo a denúncia assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, Filipe Martins teria redigido uma minuta do decreto golpista e apresentado o texto a Jair Bolsonaro. O então presidente teria sugerido alterações com o objetivo de obter respaldo das Forças Armadas para consumar o plano.
Preso preventivamente por seis meses, Martins foi detido em fevereiro de 2024 durante a Operação Tempus Veritatis, por suspeita de ter fugido do país a bordo do avião presidencial, rumo aos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022.
A prisão foi revogada em agosto do mesmo ano por decisão de Moraes após a defesa apresentar documentos indicando que ele não deixou o Brasil junto com Bolsonaro. Atualmente, Martins precisa se recolher em casa durante a noite, além de ter monitoramento eletrônico, na cidade de Ponta Grossa (PR).