BRASÍLIA - A audiência com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, nesta terça-feira (29), na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, foi marcada por uma acalorada discussão entre parlamentares da base do governo e da oposição.
O embate teve início após críticas do deputado Gilvan da Federal (PL-ES) à gestão do presidente Lula, o que levou a um confronto verbal com o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).
Durante sua fala, Gilvan acusou o governo federal de "importar corruptos", referindo-se ao caso da ex-primeira-dama peruana Nadine Heredia, que recebeu asilo político no Brasil após condenação por lavagem de dinheiro.
Ele ainda chamou o presidente Lula de “descondenado” e se referiu aos citados em lista da Odebrecht, com Amante e Lindinho, provocando reação imediata da bancada petista.
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— O Tempo (@otempo) April 29, 2025
'Esse sujeito é um desqualificado'
Lindbergh reagiu com dureza. Ao solicitar a palavra, afirmou que os parlamentares devem respeitar as autoridades e classificou Gilvan como "desqualificado", relembrando que o deputado bolsonarista já chegou a declarar que desejava a morte do presidente da República.
O clima esquentou ainda mais quando Gilvan da Federal tentou partir em direção a Lindbergh, que também se levantou. Ambos precisaram ser contidos por colegas presentes. Diante do risco de uma agressão física, o presidente da comissão, deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), acionou a Polícia Legislativa para conter os ânimos.
Apesar da confusão, a audiência foi retomada posteriormente. Lewandowski compareceu à comissão para apresentar as diretrizes e ações do Ministério da Justiça na área da segurança pública, mas os incidentes entre os parlamentares acabaram ofuscando parte do debate.
Minutos depois, a audiência foi suspensa para a saída do ministro que teria outro compromisso, com promessa de retorno e retomada após o almoço. A interlocutores, Lindbergh confidenciou que ele foi provocado durante a sessão e se irritou muito.
Mais tarde, durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o petista continuou: “Estou saindo daqui para conversar com o presidente Hugo Motta, temos que endurecer as regras de convivência. Já conversei com ele sobre essa questão da conciliação, de achar uma saída sobre tudo isso”.