BRASÍLIA - A defesa de Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (10/9) que o ex-presidente “está muito chateado” com o andamento do julgamento do “núcleo crucial” da suposta trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Se não tivesse esperança, não estaria aqui”, declarou o advogado Celso Vilardi a jornalistas antes de entrar no plenário da Primeira Turma do STF, onde os cinco ministros do colegiado vão definir o destino de Bolsonaro e dos outros sete réus.

O advogado Paulo Cunha Bueno, que também representa Jair Bolsonaro, declarou que a delação premiada de Mauro Cid “não deveria existir” e classificou o tenente-coronel do Exército como “mentiroso”. Cid atuou como ajudante de ordens de Bolsonaro e foi um de seus assessores mais próximos durante o governo.

“A delação tem que ser derrubada até para não criar um precedente de jurisprudência horroroso para o país. A delação do Cid é uma coisa que não deveria existir. É um mentiroso”, afirmou Bueno a jornalistas, também ao chegar ao STF para a sessão desta quarta-feira.

O STF dá continuidade ao julgamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. Até o momento, os ministros Alexandre de Moraes, relator, e Flávio Dino votaram pela condenação dos oito réus.

Neste quarto dia de análise do caso, o único ministro a votar deverá ser Luiz Fux. Ao longo da semana, ainda vão se manifestar Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente da Turma.

Ao todo, estavam reservadas oito sessões, mas na tarde da última sexta-feira (5/9), Moraes pediu sessões extras a Zanin, que atendeu à solicitação. Nesta quinta-feira (11/9), também haverá sessões pela manhã e pela tarde. O resultado do julgamento deve ser proclamado na sexta-feira (12/9).