Deflagrada na manhã desta terça-feira, a 16ª fase da Operação Lesa Pátria tem entre os alvos uma socialite, o filho de um ex-prefeito e um suplente de deputado estadual. Ao todo, agentes foram às ruas para cumprir 53 mandados de busca e apreensão em 7 estados contra supostos financiadores dos atos de 8 de janeiro.

Até o momento, os alvos identificados pela equipe de O TEMPO em Brasília são:

  • Marici Junqueira de Andrade Bernarde, socialite de Araraquara (SP);
  • Rodrigo Augusto Albani Borini, filho do ex-prefeito de Birigui (SP) Carlos Borini;
  • Rodrigo de Souza Lins, filiado ao PRTB e suplente na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul.

Dono de uma loja de compra e venda de ouro em Campo Grande (MS), Rodrigo Lins é empresário, administrador de empresas e se apresenta como "ativista político". Ele é presidente do Instituto Nacional Direita do Brasil e diretor dos "Guardiões da Nação em Mato Grosso do Sul".

As redes sociais de Lins são tomadas por mensagens pró-Jair Bolsonaro e intervenção militar. Em uma das fotos, Lins está ao lado do ex-deputado federal cassado Daniel Silveira, aliado de Bolsonaro que foi condenado a oito anos e nove meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ataques contra os ministros da Corte. Também há vídeos dele com o senador Magno Malta (PL-ES), em junho de 2022, onde o político capixaba afirma que “eu aviso para vocês continuarem firmes, é a luta do bem contra o mal. (…) Não saia das ruas, continue firme, esse país é nosso”.

Alvos são acusados de financiar transporte de radicais para Brasília

A PF tem desencadeado fases da Lesa Pátria para identificar pessoas que financiaram e fomentaram os atos de 8 de janeiro, que visavam provocar um caos social e a intervenção militar, com fechamento do Congresso, destituição de ministros do STF e a queda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Os alvos desta terça-feira são principalmente pessoas que organizaram e pagaram pelos ônibus que levaram os vândalos a Brasília. Os alvos são moradores de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, Santa Catarina, Tocantins, Ceará e Minas Gerais. 

Além de expedir os mandados, o STF determinou a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados para cobrir os danos causados na invasão e depredação do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e da própria Corte. Os danos ao patrimônio público são estimados em R$ 40 milhões. A PF também está apreendendo passaportes e armas.

Há a seguinte quantidade de mandados a serem cumpridos nos seguintes estados:

  • São Paulo: 12
  • Paraná: 6
  • Mato Grosso do Sul: 2
  • Tocantins: 2
  • Santa Catarina: 3
  • Minas Gerais: 26
  • Ceará: 2

As investigações continuam, e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.

“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, diz a PF em nota.

Até a 15ª fase, a Lesa Pátria tinha o seguinte saldo:

  • 78 mandados de prisão cumpridos;
  • 277 mandados de busca e apreensão cumpridos;
  • 17 inquéritos instaurados.