Entenda

Como a Polícia Federal chegou até Carlos Bolsonaro

O vereador, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é um dos alvos de busca e apreensão pela PF nesta segunda-feira (29)

Por Gabriela Oliva
Publicado em 29 de janeiro de 2024 | 12:08
 
 
 
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Nesta segunda-feira (29), a Polícia Federal (PF) deflagrou mais uma fase da Operação Vigilância Aproximada, desdobramento da Operação Última Milha iniciada em outubro de 2023. Ambas investigam o uso do software espião FirstMile pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro, visando um esquema de espionagem ilegal na própria Abin.

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é um dos alvos de busca e apreensão. Ele está na praia de Mambucaba com o pai e os irmãos Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Assessores do vereador também são alvo da operação, com mandados sendo cumpridos em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasília, Formosa (GO) e Salvador.

Giancarlo Gomes Rodrigues, ex-assessor da Abin, Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, assessora de Carlos na Câmara do Rio, e Priscila Pereira e Silva, assessora de Alexandre Ramagem (PL-RJ), estão entre os alvos da Polícia Federal.

Neste desdobramento da Operação Vigilância Aproximada, a PF investiga uma possível conexão entre o "gabinete do ódio" e a "Abin paralela", liderada pelo ex-diretor-geral da agência e atual deputado federal Alexandre Ramagem.

Conforme apurado com exclusividade pela reportagem de O TEMPO em BrasíliaAlexandre Ramagem, alvo de busca e apreensão pela PF na última quinta-feira (25), destinou R$ 49 mil para uma agência criada por ex-assessores que integraram o "gabinete do ódio" durante o governo de Jair Bolsonaro. Essa quantia foi totalmente reembolsada pela Câmara dos Deputados.

A Mellon Comunicação e Marketing Ltda foi criada, em 17 de maio de 2023, por José Matheus Sales Gomes, Leonardo Augusto Matedi Amorim e Mateus Matos Diniz, ex-assessores do Planalto. Gomes também já atuou como assessor de Carlos Bolsonaro.

Gomes e Diniz estão sob investigação no inquérito das fake news em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto Amorim está atualmente empregado no gabinete do senador Magno Malta, do PL do Espírito Santo.

O "gabinete do ódio" surgiu durante a gestão de Bolsonaro no Palácio do Planalto, sendo um conjunto de assessores responsável pela estratégia de comunicação digital do ex-presidente. A coordenação desse grupo estava a cargo de Jair Bolsonaro e seu filho, Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro. Suas abordagens confrontacionistas geraram repercussões e agora são objeto de investigação pelas autoridades.

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