O general Fernando Azevedo e Silva não será mais o responsável pela diretoria-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro, ele mudou de ideia quanto ao cargo e alegou “questões pessoais de saúde e familiares”. A decisão acontece às vésperas do início da nova gestão do tribunal, marcada para começar em 22 de fevereiro. 

O militar comunicou sobre a saída nesta terça-feira (15) aos ministros Luiz Edson Fachin e Alexandre de Moraes, próximos presidente e vice da Corte Eleitoral. Com a desistência, o atual diretor-geral, Rui Moreira de Oliveira, será mantido no cargo para a próxima gestão. 

Fachin fez uma reunião de transição de equipe no tribunal na manhã de terça, ocasião que ainda contava com o nome de Azevedo. Ele chegou a ser anunciado para compor não só a nova gestão, como também a próxima, iniciada em agosto e que vai cuidar do período eleitoral.  

Azevedo pediu demissão do ministério em março do ano passado. Na época, ele foi pressionado a adotar postura mais alinhada a do presidente Jair Bolsonaro (PL), sobretudo no que diz respeito à atuação das Forças Armadas.

O nome dele era consenso na "cúpula do TSE". A escolha de um militar chamou a atenção desde o início das negociações, mas a presença de Azevedo era considerada simbólica, como uma possível ponte com os militares para evitar a tensão política em torno das urnas - constantemente colocadas em dúvida por Bolsonaro.  

O general declinou do cargo no TSE em meio a novas declarações do presidente que insiste em dizer, sem provas, que as Forças Armadas teriam encontrado fragilidades no sistema eleitoral brasileiro. O TSE já rebateu e negou as suposições. 

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*Notícia atualizada às 20h19, do dia 16/02/2022, para acrescentar a informação de permanência do atual diretor-geral, Rui Moreira, à frente do cargo.