O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, abriu os trabalhos do segundo semestre reafirmando a defesa de que o sistema eleitoral é seguro e confiável. Sem citar o presidente Jair Bolsonaro (PL), Fachin fez discurso firme na noite desta segunda-feira (1º).

“Quem vocifera não aceitar resultado diverso da vitória não está defendendo a auditoria das urnas eletrônicas e do processo de votação, está defendendo apenas o interesse próprio de não ser responsabilizado pelas inerentes condutas ou pela inaptidão de ser votado pela maioria da população brasileira”, afirmou Fachin.

Em escalada, o chefe do Executivo vem reclamando dos ministros do TSE e também do STF. O episódio recente foi uma reunião com embaixadores na qual Bolsonaro voltou a desconfiar da legitimidade das urnas e do processo eleitoral, sem apresentar provas. 

Desde que assumiu a Corte, em fevereiro deste ano, Fachin demonstra preocupação com a desinformação. Agora, próximo de encerrar o mandato, o presidente voltou a criticar o que chamou de “opção pela adesão cega à desinformação”. 

De acordo com o ministro, as manifestações contra a segurança, a auditabilidade das urnas eletrônicas e dos processos eletrônicos de totalização de votos é uma medida antidemocrática. 

Fachin passará a presidência para Alexandre de Moraes no próximo dia 16, portanto, não chegará a atuar na Corte durante as eleições. 

Ainda assim, o ministro deixou um recado aos eleitores: “proteja o seu direito constitucional de votar, em quem quiser, pelo motivo que achar justo e correto. Não ceda aos discursos que apenas querem espalhar fake news e violência”. O Brasil, reforçou o presidente do tribunal, “é maior que a intolerância e a violência”. 

Mais cedo, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) também fez discurso em defesa da votação. O ministro Luiz Fux também pediu civilidade nos debates e paz nas eleições

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