Policiais federais apreenderam um arsenal – incluindo fuzis – na casa do empresário Adoilto Fernandes Coronel, apontado como um dos financiadores dos atos criminosos do 8 de janeiro, em Brasília, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos e depredados por bolsonristas radicais.
Adoilto é um dos alvos da 11ª fase da operação Lesa Pátria, deflagrada nesta quinta-feira (11) em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Os agentes têm 22 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF para cumprir. Dessa vez não há ordem de prisão.
A PF não divulgou nomes nem endereços dos alvos. Mas a equipe do O TEMPO em Brasília apurou com fontes da corporação que entre os alvos estão empresários, produtores rurais e colecionadores de armas, atiradores e caçadores esportivos, os chamados CACs.
Um dos mandados é contra Adoilton Coronel, morador de Maracaju (MS). Ele já constava como suposto financiador dos atos em uma lista de 53 pessoas físicas e sete jurídicas divulgada pela Advocacia-Geral da União (AGU) em fevereiro. Todos tiveram contas bloqueadas.
Dono da Madeportas, empresa de materiais de construção, e 2º secretário da Associação Empresarial de Maracaju, Adoilto teria financiado uma caravana da cidade que levou 56 pessoas a Brasília no fim de semana do 8 de janeiro.
Agentes encontram maços de dinheiro na casa de outro alvo
Outro alvo da PF nesta quinta é o empresário e produtor rural Geraldo Cesar Killer. Na casa dele, em Bauru (SP), agentes apreenderam grande quantidade de dinheiro vivo na manhã desta quinta.
Cesar Killer é sócio da GCKON Participações, empresa criada em 2005 com três unidades em municípios paulistas, que trabalha com loteamentos, imóveis e consultoria em gestão empresarial.
Killer aparece como doador de R$ 10 mil para a campanha de Jair Bolsonaro (PL) e fez outra doação do mesmo valor para o senador Marcos Pontes, ex-ministro de Ciência e Tecnologia.
STF mandou bloquear R$ 40 milhões dos investigados
O STF também determinou o bloqueio de bens de todos os alvos da Lesa Pátria nesta quinta. “Foi determinado o bloqueio de bens, ativos e valores dos investigados até o limite de R$ 40 milhões para cobertura e ressarcimento dos danos causados ao patrimônio público”, informou a PF em nota.
“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, completou a corporação.
Desde a primeira etapa, a Lesa Pátria cumpriu 69 mandados de prisão, sendo 65 de prisão preventiva (sem prazo definido) e 4 de prisão temporária (com prazo determinado); além de 174 mandados de busca e apreensão. Foram instaurados até agora 17 inquéritos.
O TEMPO agora está em Brasília. Acesse a capa especial da capital federal para acompanhar as notícias dos Três Poderes.