A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira (23) um major da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) que liderou o acampamento de bolsonaristas em frente ao Quartel-General do Exército, que visava a derrubada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por meio de uma intervenção militar.
Cláudio Mendes dos Santos, 49 anos, teria inclusive ensinado “táticas de guerrilha” aos extremistas, segundo investigação, além de atuar como arrecadador para manutenção do acampamento.
O oficial PMDF fez inúmeros discursos ao microfone do palco montado no acampamento bolsonarista. Ele se apresentava como major Cláudio Santa Cruz e se gabava por ter sido do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PMDF.
Ele permaneceu por mais de 60 dias no acampamento e fugiu após a fracassada tentativa de golpe de Estado, que viria com os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.
Ele chegou a comemorar a fuga, em mensagem de WhatsApp: “Ainda não ‘tô’ preso”. O militar foi detido no Riacho Fundo, região administrativa do DF.
Cláudio dos Santos foi o único alvo de mandado de prisão na 9ª fase da Operação Lesa Pátria, desencadeada nesta quinta.
Sem previsão de término nem limite de fases, a operação visa identificar e prender pessoas que participaram, financiaram, omitiram-se e fomentaram os ataques ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal, invadidos e depredados em 8 de janeiro.
“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, diz nota da PF.
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