A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (27), na 17ª fase da Operação Lesa Pátria, para prender pessoas envolvidas nos atos de 8 de janeiro. Agentes foram às ruas para cumprir três mandados de prisão preventiva e 10 mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os alvos são moradores de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás. A equipe de O TEMPO em Brasília apurou que os mandados de prisão são contra os seguintes acusados:
- Aildo Francisco Lima: Morador de São Paulo, ele fez uma transmissão ao vivo sentado na poltrona de Alexandre de Moraes, arrancada do plenário do STF, durante a invasão e depredação da sede da mais alta Corte do país. No vídeo, ele ainda xinga o ministro;
- Basília Batista: também moradora de São Paulo, foi presa no dia seguinte aos ataques na Praça dos Três Poderes. Levada para a Academia da PF, em Brasília, com mais de mil bolsonaristas, foi liberada por "razões humanitárias". No entanto, investigadores identificaram que ela continuou a atacar instituições democráticas por meio de redes sociais;
- Margarida Marinalva de Jesus Brito: advogada, moradora do Distrito Federal. Acusada de esconder da PF os celulares de clientes presos no 8 de janeiro. Ela recolheu os aparelhos de um núcleo de mais de 40 clientes de Sinop (MT) para que colegas participantes dos atos e financiadores não fossem identificados, segundo os investigadores.
“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, diz a PF em nota.
STF julga segundo grupo de réus do 8 de janeiro
Na terça-feira (26), Alexandre de Moraes votou a favor da condenação dos cinco réus do segundo julgamento dos atos de 8 de janeiro. A análise dos casos foi retomada pelo STF na primeira hora do dia. Os ministros têm até 2 de outubro para apresentar a posição no plenário virtual.
A sessão foi aberta com o voto escrito de Moraes, relator das ações. As penas propostas por ele vão de 12 a 17 anos de prisão. O ministro pediu a condenação pelos seguinte crimes:
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima;
- Deterioração de patrimônio tombado;
- Associação criminosa armada.
Supremo condenou os três primeiros levados a julgamento
No primeiro julgamento dos atos de 8 de janeiro, realizado presencialmente e finalizado em 14 de setembro, o STF condenou os primeiros três réus pela invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
Matheus Lima de Carvalho Lázaro e Aécio Lucio Costa Pereira receberam penas de 17 anos de prisão em regime inicial fechado. Thiago de Assis Mathar foi condenado a 14 anos de prisão, também em regime inicial fechado.