A Polícia Federal identificou o rosto do coronel Mauro Lourena Cid -pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)- em uma foto tirada pelo próprio militar, e enviada ao filho, de uma árvore dourada que Bolsonaro ganhou de presente e estava sendo negociada.

A imagem consta em decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a Polícia Federal a cumprir busca e apreensão, nesta sexta-feira (11), em investigação do uso da estrutura do Estado brasileiro no desvio bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do governo, por meio da venda desses itens no exterior.

Mauro Cid e seu pai, Lourena Cid, foram alvos, assim como o tenente do Exército Osmar Crivelatti -que também foi ajudante de ordens do ex-presidente- e o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. Dois mandados foram cumpridos em Brasília (DF). Outro foi feito em São Paulo (SP) e o quarto, em Niterói (RJ). A investigação mira a prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

A árvore teria sido entregue a Jair Bolsonaro como um presente, em novembro de 2021, no encerramento do Seminário Empresarial da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira na cidade de Manama, no Reino do Bahrein. A decisão de Moraes registra, ainda, uma foto tirada no momento em que Bolsonaro recebeu o objeto.

A foto teria sido tirada por Lourena Cid para que o objeto fosse enviado a lojas especializas e tivesse o valor avaliado. Em conversas com o pai, Mauro Cid pediu para que ele registrasse a árvore dourada em imagens, assim como eventuais documentos que pudessem estar junto. As fotos, incluindo a que mostra seu rosto refletido na embalagem, teriam sido encaminhadas pelo general ao tenente-coronel pelo WhatsApp.