A presidente do PT Gleisi Hoffmann disse que o governo do presidente Lula tem obrigação e compromisso de entregar resultados aos mineiros. Mas ela mostrou que os posicionamentos de Romeu Zema (Novo) nas eleições presidenciais deixaram ressentimentos e disse que, atualmente, a relação entre os governos federal e estadual é apenas institucional.
“No primeiro turno ele ficou em cima do muro. No segundo turno ele achou que o Bolsonaro iria ganhar e descarregou tudo no Bolsonaro, não fez nenhuma mediação. Fez uma campanha agressiva contra o presidente Lula. Então, na política, temos um distanciamento muito grande”, afirmou.
Gleisi está em Belo Horizonte nesta sexta-feira (19) para iniciar conversas voltadas às articulações e alianças para as eleições do próximo ano e participou do quadro Café com Política da FM O TEMPO, 91,7 e reforçou que a relação com o governo mineiro e a relação com o governador são coisas diferentes.
“O governo federal jamais vai deixar de fazer o diálogo com o governo de Minas Gerais. A menos que o governador não queira. Minas é um Estado grande, Lula ganhou aqui e tem entregas a fazer e tem gratidão ao povo mineiro”, disse.
A presidente Gleisi Hoffmann destacou que Minas nunca será prejudicada por causa de questões políticas envolvendo o PT e o governo Zema. Ela reforçou a importância de fortalecer uma frente democrática e lamentou o posicionamento do governador em relação aos atos de 8 de janeiro.
“São declarações equivocadas, que defendem uma coisa que nós estamos confrontando. Aquele ato de 8 de janeiro foi um atentado à democracia e às instituições”, disse.
Relação com oposição
No Congresso Nacional, a presidente do PT, que também é deputada federal eleita pelo Paraná, reconheceu que a bancada do partido é pequena para fazer o embate e defender algumas pautas dentro do parlamento brasileiro. Foi isso, segundo ela, que possibilitou, por exemplo, a abertura da CPI do MST e a escolha de Ricardo Salles (PL/SP), ex-ministro do meio ambiente no governo bolsonaro para ser presidente da Comissão.
Ela disse que é possível dialogar com membros da oposição, incluindo representantes do agronegócio, mas disse que o diálogo no Congresso hoje é muito pior do que nos primeiros governos petistas.
“Hoje é muito pior. Uma oposição do grito, desqualificada, da ameaça e da violência. A gente brinca que tem saudades do PSDB, porque tinha uma oposição civilizada, com a qual dava para conversar, criar consensos. Com essa oposição de base bolsonarista é muito difícil de conciliar”, afirmou.