Eleições 2022

Mineiro que consome mais política em redes e WhatsApp prefere Bolsonaro e Zema

Pesquisa DATATEMPO mostra que preferência do eleitor pelo presidente e pelo governador aumenta quanto maior o uso das plataformas para informação sobre eleição

Por Ricardo Corrêa
Publicado em 12 de maio de 2022 | 16:00
 
 
 
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Eleitores mineiros que mais recebem informações sobre política em redes sociais e em aplicativos de mensagens como WhatsApp e Telegram tendem a votar mais em Jair Bolsonaro (PL) para o Palácio do Planalto e em Romeu Zema (Novo) para o governo de Minas. Os dados são da pesquisa DATATEMPO, que analisou o comportamento do eleitorado no Estado e suas formas de consumo de informação sobre o processo democrático.

De acordo com os dados, mais de um quarto do eleitorado (26%) recebe com frequência as informações sobre política via redes sociais, como Facebook, Youtube e Instagram. Os que dizem que recebem essas informações às vezes são 33,2%. Já os que dizem que nunca recebem notícias de política por essas plataformas alcança 30,7%. Ainda há 9,8% dos mineiros que dizem não usar redes sociais e outros 0,3% não souberam ou não responderam ao levantamento.

Com relação aos aplicativos de mensagem, os que relatam receber mensagens políticas frequentemente são 13,1%. Outros 18,4% dizem que têm acesso a esses conteúdos às vezes. Por outro lado, são 63,4% os mineiros que dizem não receber informações políticas por WhatsApp e Telegram nunca. Ainda há 5,2% dos entrevistados no Estado que não usam esses aplicativos e 0,1% do eleitorado não respondeu.

Voto para presidente x uso de redes

Em segundo lugar na disputa eleitoral no Estado, com 29,95% das intenções de voto, contra 44,4% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Jair Bolsonaro tem desempenho bem melhor entre os eleitores que usam as redes sociais para consumir informação política. No grupo que diz usar as redes frequentemente para este fim, ele lidera a pesquisa, com 42,7%, contra 37,3% do ex-presidente Lula. A terceira via fica com uma fatia de 11,9% do eleitorado mineiro neste grupo.

No grupo que, por outro lado, usa essas redes apenas às vezes para se informar sobre eleição, o cenário se inverte de forma forte. Lula aparece com 46,1%, enquanto Bolsonaro tem 29,7%. Os demais candidatos ficam com 12,8%. 

A vantagem do ex-presidente fica ainda maior entre os que não usam redes sociais para consumir dados sobre política. Neste caso, Lula tem 45,1%, e Bolsonaro tem 23,8%. A terceira via soma, nessa fatia, 11,6%.

A maior distância, porém, se dá entre os que não utilizam redes sociais em suas rotinas diárias. Nesse grupo o ex-presidente dispara e chega a 55,6%, enquanto Bolsonaro fica com 17,4% e, a terceira via, alcança 10,2%.

Voto para presidente x WhatsApp e Telegram

A distribuição de votos entre os mineiros que usam aplicativos de mensagem, como WhatsApp e Telegram, para obter informação política é semelhante àquela registrada quando se analisa a utilização de redes sociais. Também neste caso, Bolsonaro lidera entre os que apontam que recebem frequentemente mensagens sobre política. O presidente fica com 49% neste grupo. Lula, por sua vez, registra apenas 33%. A terceira via soma 10,7%.

A situação se inverte quando o eleitor diz receber apenas às vezes as informações sobre política nos aplicativos. Aí, Lula fica com 46,6% e Bolsonaro é quem só atinge 33%. A terceira via é representada por 10,9% dos eleitores.

Já no conjunto dos que não recebem informações políticas pelos aplicativos de mensagem, Lula tem 45,3%, Bolsonaro fica com 26,4% e a terceira via com 12,6%.

A maior diferença é registrada na pequena parcela da população que não utiliza ainda aplicativos de mensagens. Nesse conjunto do eleitorado, Lula fica com 54,8%, enquanto Bolsonaro atinge apenas 13,5%, em empate técnico com a soma dos demais candidatos, que alcança 10,6%.

Voto para governador x uso de redes sociais

Assim como acontece com Bolsonaro, o uso frequentemente de redes para buscar informações sobre política contribui com o governador Romeu Zema em sua batalha pela reeleição. No contingente geral dos mineiros, ele tem 43,5% das intenções de ovto, enquanto Kalil registra 22,8%. Neste grupo que consome política frequentemente pelas redes, porém, o candidato do Novo alcança 53,3% do eleitorado, enquanto o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), fica com 21,2%. Os demais candidatos, neste caso, alcançam 9% das intenções de voto dos mineiros.

Na parcela de eleitores que usa as redes apenas às vezes para saber sobre eleições, Zema fica com 43,5%, enquanto Kalil registra 25,3%. Os outros nomes somam 9,3%

O grupo em que a distância entre os dois líderes das pesquisas atinge o menor índice é aquele dos que não usam redes para esse fim. Nesse conjunto, Zema soma 36,5%, enquanto Kalil fica com 21,7%. Os outros postulantes alcançam 10,9%.

Por fim, no grupo que não utiliza redes sociais, Zema tem 41,3%, Kalil tem 22,5% e os outros candidatos registram 11,7%.

Voto para governador x WhatsApp e Telegram

Quando se compara o comportamento do eleitor e a informação sobre o recebimento de mensagens via aplicativos, a importância dessas plataformas para Romeu Zema fica ainda mais nítida. O governador chega a registrar 54,8% no eleitorado que diz usa frequentemente o WhatsApp e o Telegram para receber mensagens sobre política. Já Kalil fica com bem menos da metade: 21,5%. A terceira via soma 8,8%.

No conjunto do eleitorado que usa essas plataformas para este fim apenas às vezes, a distância começa a diminuir, embora ainda seja grande. Zema fica com 47,7% e Kalil fica com 20,7%. A terceira arrebanha 10,6% desse eleitorado.

Já entre os que não recebem informações políticas por meio de aplicativos de mensagem, Zema aparece com 40,4% e, Kalil, com 23,5%. Os outros candidatos ficam com 10,2%.

A disputa aperta um pouquinho apenas no eleitorado que não utiliza esses aplicativos. Neste caso, são 38,5% os que votam em Zema, 24% os que votam em Kalil e 8,7% os que preferem outros candidatos no Estado.

Dados de registro

A pesquisa DATATEMPO,  instituto que faz parte da Sempre Editora, foi realizada com recursos próprios, por meio de 2.000 entrevistas domiciliares, em todas as regiões de Minas Gerais, entre os dias 30 de abril e 5 de maio de 2022. A margem de erro do levantamento é de 2,19 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Conforme preceitua a legislação eleitoral, o levantamento foi registro no TSE com o protocolo BR-00720/2022 e no TRE-MG com o protocolo MG-01720/2022.

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