Investigação

Morte de Marielle foi 'meticulosamente planejada' por chefe da PC do RJ, diz PF

Relatório teve o sigilo quebrado neste domingo

Por O Tempo
Publicado em 24 de março de 2024 | 15:10
 
 
 

A Polícia Federal concluiu, em relatório entregue ao ministro Alexandre de Moraes, que a morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes foi idealizada pelos irmãos Chiquinho Brazão e Domingos Brazão, mas “meticulosamente planejada” por Rivaldo Barbosa, nomeado como chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro um dia antes do assassinato pelo então ministro Braga Netto, já que o Estado do Rio de Janeiro estava sob intervenção federal. A família de Marielle ficou surpresa com o envolvimento do chefe da Polícia Civil no crime. 

“Assim, se verifica claramente que o crime foi idealizado pelos dois irmãos e meticulosamente planejado por Rivaldo. E aqui se justifica a qualificação de Rivaldo como autor do delito, uma vez que, apesar de não ter o idealizado, ele foi o responsável por ter o controle do domínio final do fato ao ter total ingerência sobre as mazelas inerentes à marcha da execução, sobretudo, com a imposição de condições e exigências”, concluiu a PF.

Para garantir a execução do crime e a impunidade, os irmãos Brazão “contrataram dois serviços”, a morte, em si, Edmilson Macalé e a Ronnie Lessa, e a “garantia de impunidade” a Rivaldo Barbosa. A contratação de Macalé ocorreu no segundo semestre de 2017. Macalé é apontado pela PF como próximo ao Chiquinho Brazão, “miliciano de Oswaldo Cruz, reduto eleitoral e imobiliário da família”. 

Com a proposta em mãos, Macalé convidou Lessa para o crime. A promessa era de que Lessa se tornaria um miliciano de grande área territorial. Durante o planejamento do crime, um homem foi infiltrado como filiado ao PSOL para apurar todas as atividades que envolvessem a então vereadora. A Polícia Federal aponta que o chefe da Polícia Civil pediu para que o homicídio não ocorresse na Câmara dos Vereadores. 

Já após as mortes, cerca de 12 horas depois, Rivaldo Barbosa nomeou um Giniton Lages como delegado titular da delegacia de homicídios na capital. Essa foi a chave para “operacionalizar a garantia da impunidade dos autores do crime”. Durante o planejamento do crime, um homem foi infiltrado como filiado ao PSOL para apurar todas as atividades que envolvessem a então vereadora. 

A investigação apontou que a motivação para a morte de Marielle foi a divergência no campo político dos irmãos Brazão com a vereadora sobre questões de regularização fundiária e defesa do direito à moradia.

 

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